Assim como no blog Fortaleza Nobre, vou focar no resgate do passado do nosso Ceará.
Agora, não será só Fortaleza, mas todas as cidades do nosso estado serão visitadas! Embarque você também, vamos viajar rumo ao passado!

O nome Ceará significa, literalmente, canto da Jandaia. Segundo o escritor José de Alencar, Ceará é nome composto de cemo - cantar forte, clamar, e ara - pequena arara ou periquito (em língua indígena). Há também teorias de que o nome do estado derivaria de Siriará, referência aos caranguejos do litoral.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Sobral - Especial 240 Anos


Praça Dr. José Saboia, cruzamento da Rua Domingos Olímpio com Avenida Dom José - Arquivo Fotos em Preto e Branco

Ao município que hoje conta com quase 200 mil habitantes, tendo se tornado pólo trabalhista e universitário-nossa querida Sobral (teve seus fundamentos nas terras da antiga Fazenda caiçara), e que se tornou Vila à 05 de julho de 1773, portanto completando 240 anos;(por ordem do Governador de Pernambuco Manuel da Cunha Menezes, em sessão Extraordinária na Câmara Municipal, recebe o lugarejo o nome de Vila Distinta e Real de Sobral).
Durante sua rica história nesses 240 anos não tem somente na Família Ferreira Gomes, (mandatários dos destinos do estado), nem no 'reinado' do Bispo-Conde Dom José Tupinambá da Frota (que queria transformar Sobral na Roma do semi-árido), expoentes máximos. 
Considero a fase áurea da História de Sobral ao longo de seus 240 anos as 6 primeiras décadas do século findante;onde debutavam nos palcos do poder estadual, tanto à nível político/econômico/religioso e jurídico figuras como: Engenheiro João Thomé de Saboia e Silva/Desembargador José Moreira da Rocha/Dr. José Saboya de Albuquerque/Dr.Plínio Pompeu de Saboia Magalhães/Francisco de Almeida Monte-Chico Monte/Dom José Tupinambá da Frota e seu poderoso tio D. Jerônimo Thomé da Silva (à época Arcebispo Primaz do Brasil).
Coincidência ou não, mas nesse período encontrava-se em pleno funcionamento o Porto de Camocim e sua extensão beneficiária da elite sobralense, a Estrada de Ferro de Sobral

ESTRADA DE FERRO DE SOBRAL


Final do século XIX, o Nordeste era assolado por secas arrasadoras (infelizmente isso acontece até hoje), e para diminuir o flagelo que recaíra sobre os sertanejos da Região Norte do Ceará, V. Majestade - o Imperador D. Pedro II manda construir a Estrada de Ferro de Sobral. Transcorria a grande seca que assolou o Ceará em 1877/78. 
O Conselho de Estado tendo à frente o Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas - João Lins Vieira e Cansanção e Sinimbu  propõe ao governo imperial iniciação de uma linha férrea ligando o Porto de Camocim à Cidade de Sobral, empregando nesse trabalho a população inativa devido à seca. Por Decreto de 01 de junho de 1878, o governo imperial autoriza a construção dessa importante linha férrea. À partir da Estrada de Ferro de Sobral (Camocim-Sobral e Sobral-Ipú), passara a futura 'Princesa do Norte' à usufruir grandemente do movimento do Porto de Camocim; fazendo o escoamento de mercadorias e o tráfego de pessoas, vindas ou com destino ao mercado europeu, em primazia à Fortaleza/Recife e Rio de Janeiro. Segundo Giovanna Saboya - Pró Reitora do curso de História da UVA, a elite sobralense- à essa época-início do século XX, costumava se banquetear com mercadorias vindas do 'velho mundo', em recepções nos seus sobradões de mobiliário europeu. Nas mesas eram encontrados produtos como: salmão, lagosta, camarão americano, cavala francesa, azeite doce, vinhos do Porto, conhaque francês e diversas iguarias. 
(Revista Cidade Universitária, Camocim- História de trabalho, lutas e realizações. Pág. 28, parágrafos 32 a 39/pág. 30, parágrafos 8 ao 16.) 

O Porto do Mucuripe ainda era um sonho distante alentado em pranchetas de burocratas da capital federal -Rio. Sua efetiva construção veio à ser uma realidade no governo do 'sanguinário-lecista'- interventor federal Professor Menezes Pimentel (A 20 de outubro de 1951), o navio cargueiro"Mormacred", da Cia Moore Mac Curmack Line, inaugura de fato aquele porto marítimo. 
(FILHO, Almino Cavalcante Rocha - Cadernos Sobralenses, As Viações, Pág. 21 e 22, parágrafos 4-7).

O assoreamento do Porto de Camocim (evitando que navios de grande calado aportassem), marcou o início da 'decadência' sobralense no cenário político e econômico do estado.

Texto: Santana Júnior