Assim como no blog Fortaleza Nobre, vou focar no resgate do passado do nosso Ceará.
Agora, não será só Fortaleza, mas todas as cidades do nosso estado serão visitadas! Embarque você também, vamos viajar rumo ao passado!

O nome Ceará significa, literalmente, canto da Jandaia. Segundo o escritor José de Alencar, Ceará é nome composto de cemo - cantar forte, clamar, e ara - pequena arara ou periquito (em língua indígena). Há também teorias de que o nome do estado derivaria de Siriará, referência aos caranguejos do litoral.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sebrae Ceará




O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, há mais de 4 décadas, orienta pequenos e médios empresários
O Sebrae existe como instituição desde 1972, mas sua história começa quase uma década antes. Em 1964, o então Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), atual Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), criou o Programa de Financiamento à Pequena e Média Empresa (Fipeme) e o Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico (Funtec), atual Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O Fipeme e o Funtec formavam o Departamento de Operações Especiais do BNDE, no qual foi montado um sistema de apoio gerencial às micro e pequenas empresas. Em uma pesquisa, foi identificado que a má gestão dos negócios estava diretamente relacionada com os altos índices de inadimplência nos contratos de financiamento celebrados com o banco.

Em 1967, a Sudene instituiu, nos estados do Nordeste, os Núcleos de Assistência Industrial (NAI), voltados para dar consultoria gerencial às empresas de pequeno porte. Os NAI foram embriões do trabalho que futuramente seria realizado pelo Sebrae.

A criação do Cebrae

Em 17 de julho de 1972, por iniciativa do BNDE e do Ministério do Planejamento, foi criado o Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (Cebrae), que tinha em seu Conselho Deliberativo original a Finep, a Associação dos Bancos de Desenvolvimento (ABDE) e o próprio BNDE.

O início dos trabalhos começou com o credenciamento de entidades parceiras nos estados, como o Ibacesc (SC), o Cedin (BA), o Ideg (RJ), o Ideies (ES), o CDNL (RJ) e o CEAG (MG).

Dois anos depois, em 1974, o Cebrae já contava com 230 colaboradores, dos quais apenas sete no núcleo central, e estava presente em 19 estados. Em 1977, a instituição atuava com programas específicos para as pequenas e médias empresas. Em 1979, havia formado 1.200 consultores especializados em micro, pequenas e médias empresas. No final dos anos 70, programas como Promicro, Pronagro e Propec levaram aos empresários o atendimento de que necessitavam nas áreas de tecnologia, crédito e mercado.

A partir de 1982, o Cebrae passou a ter também uma atuação mais política. Nessa época, surgem as associações de empresários com força junto ao governo e as micro e pequenas empresas passam a reivindicar mais atenção governamental a seus problemas. O Cebrae serve como canal de ligação entre as empresas e os demais órgãos públicos no encaminhamento das questões ligadas ao setor. É também desse ano a criação dos programas de desenvolvimento regional. Investiu-se muito em pesquisa para elaboração de diagnósticos setoriais que fundamentassem a ação nos estados. O trabalho de pesquisa ficou tão intenso que se transformou numa diretoria.

Nasce o Sebrae

No Governo Sarney e no Governo Collor (1985-1990), o Cebrae enfrentou uma operação desmonte. Mudou-se do Planejamento para o MIC (Ministério da Indústria e Comércio). Com grande instabilidade orçamentária, muitos técnicos deixaram a instituição. Em 1990, foram demitidos 110 profissionais, o que correspondia a 40% do seu pessoal.

Em 9 de outubro de 1990, o Cebrae transformou-se em Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, pelo decreto 99.570, que complementa a Lei 8029, de 12 de abril. A entidade desvinculou-se da administração pública e transformou-se em uma instituição privada, sem fins lucrativos e de utilidade pública, mantida por repasses das maiores empresas do país, proporcionais ao valor de suas folhas de pagamento. 

De lá para cá, o Sebrae ampliou sua estrutura de atendimento para todos os estados do país, capacitou inúmeras pessoas e ajudou na criação e desenvolvimento de milhares de micro e pequenos negócios por todo o país.

Os anos de história do Sebrae no Ceará se confundem com a própria história do desenvolvimento econômico do Estado. Na verdade, o atual Sebrae/CE originou-se do antigo NAI (Núcleo de Assistência Industrial), um sistema de apoio à pequena e média empresa que já existia em todo o Nordeste, e que era coordenado pela SUDENE. Mas na verdade podemos dizer que a criação do Sebrae/CE começou bem antes, em meados da década de 60 com o PUDINI (Programa Universitário de Desenvolvimento Industrial do Nordeste), vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC) e que também tinha atuação regional, notadamente nos estados da Bahia, Pernambuco, Paraíba e Maranhão.
O atual Sebrae/CE é resultante de uma evolução, passando de NAI - 1971 para NAE – 1972, CEAG – 1978 e Sebrae/CE – 1991.

Estrutura Física

O Sebrae/CE conta com uma Rede de Atendimento distribuída entre a sede em Fortaleza e os 12 Escritórios/Agências Regionais: Metropolitano de Fortaleza, Maciço do Baturité, Ibiapaba, Tauá, Crateús, Centro Sul, Baixo Jaguaribe, Sertão Central, Norte, Cariri, Ipu e Litoral Leste, e 17 pontos de atendimento Sebrae localizados em: Fortaleza (Central Fácil, Espaço do Empreendedor, Ampejw, Fecempe, Sede),Canindé, Quixadá, Boa Viagem, Nova Jaguaribara, Camocim, Itapajé, Itapipoca, Nova Russas, Crato, Brejo Santo, Campos Sales e Santa Quitéria.


Algumas datas importantes:


  •  Fev/73 - Criação do NAI-CE com a publicação do Estatuto no Diário Oficial


  •   Maio/73 - Mudança de NAI-CE para NAE-CE.
  •   18/06/76 - A Lei Estadual Nº 10.019 considera o NAE-CE como de Utilidade Pública.
  •  05/04/78 - A Lei Municipal Nº 4996 considera o NAE-CE como de Utilidade Pública.
  •  08/05/78 - Mudança de NAE-CE para CEAG-CE.
  •  09/10/90 - O Decreto Lei Nº 99.570 desvincula da Administração Pública o CEBRAE, transformando-o em Serviço Social Autônomo.
  •   10/02/91 - O Conselho Deliberativo muda o CEAG-CE para SEBRAE-CE.



O Palácio da Microempresa


Edifício-sede e central de eventos formam o Palácio da Microempresa, do Sebrae do Ceará, situado em importante corredor comercial de Fortaleza.


Com o fortalecimento das atividades Sebrae do Ceará, tornou-se necessário criar um espaço onde empresários desse porte pudessem apresentar seus produtos em condições de competitividade similares às das grandes lojas ou empresas.
Segundo o arquiteto Artur Novaes, essa necessidade deu origem ao complexo, que reuniria centro de treinamento e área comercial para venda de produtos.

Cobertura e passarela de linhas curvas dinamizam o conjunto linear

O projeto foi dividido em duas etapas: primeiramente, a construção do edifício-sede, com mais de 6 mil m2. Na segunda fase, um antigo galpão industrial existente no terreno seria renovado para abrigar o setor de lojas.
No intervalo de seis anos entre o projeto e a conclusão da obra, o conceito inicial foi ampliado e o espaço antes destinado ao comércio transformou-se na central de eventos, área para o fomento de negócios com 3,5 mil m2, divididos em showroom permanente e espaço de feiras.

Econômica e sem luxos, a construção se diferencia 
pela linguagem e pela funcionalidade

Nas fachadas do edifício-sede, revestidas por porcelanato, curvas suavizam a ortogonalidadedefinida pelo conjunto formado por caixilhos e beirais, enquanto aberturas irregulares dinamizam a empena lateral.
Internamente, o prédio caracteriza-se por grandes vãos livres, conseqüência da opção pelas vigas chatas protendidas e lajes pré-moldadas com pré-tensão, e pela existência de dois tipos de planta-padrão.

A marquise sinuosa na central de eventos evita a incidência direta do sol nos panos de vidro do acesso principal

No térreo, o Balcão do Microempresário orienta os interessados em estabelecer um negócio; no primeiro andar está instalada a área de treinamento e reciclagem para empresários.
Do 2º ao 5º andar funcionam serviços como comércio exterior e feiras, por exemplo. Nessas áreas, divisórias baixas respondem pela integração e flexibilidade exigidas no projeto.
Os únicos ambientes fechados do conjunto são as salas de reuniões. No sexto andar fica o conselho deliberativo e no sétimo, a presidência e a diretoria.
Um espaço livre para pequenos eventos, com varanda descoberta, é utilizado como refeitório coletivo no dia-a-dia e ocupa o oitavo e último pavimento.

Grandes vãos com poucos pilares dão flexibilidade aos espaços. Na foto, a área do Balcão do Microempresário

No bloco horizontal anexo, com vão de 1,3 mil m2 sem pilares e pé-direito mínimo de 4,5 m, foi instalada a central de eventos, além de setores administrativos, lanchonetes e banheiros públicos.
A ligação visual entre as duas construções é dada por recortes na alvenaria, cores, formas e marquises que amenizam a transição exterior-interior e evitam a incidência direta da luz solar.

O perfil contemporâneo caracteriza também o hall do edifício-sede, que dá acesso ao auditório e ao Balcão do Microempresário

Devido à estrutura metálica do galpão, foi possível criar novos pisos independentemente da estrutura principal.

A estrutura

Escadas e rampas articulam os níveis resultantes
e dão plasticidade ao interior. Uma passarela que começa no corredor comercial urbano atrai os pedestres e os conduz diretamente ao showroom.



terça-feira, 17 de maio de 2011

Fotos antigas de Sobral



Sobral - Praça do Teatro São João.


Sobral Antiga
Foto de 1924 - Praça da Coluna da Hora, atual Praça Dr. José Saboya; os trilhos estão na Rua Domingos Olímpio(eram dos antigos bondes); aparece à direita, o antigo Mercado de Sobral, demolido na Década 40; o prédio à esquerda ainda existe, é a sede da atual Academia Sobralense de Estudos e Letras. Crédito da foto

 Praça Dr. José Saboia, onde se vê a loja "A Tesoura" do Abelardo Ferreira Gomes, o Beco do Cotovelo e também o Posto Jipe - Arquivo Fotos em Preto e Branco

Praça Dr. José Saboia, cruzamento da Rua Domingos Olimpio com Avenida Dom José - Arquivo Fotos em Preto e Branco

Praça Dr. José Saboia - Arquivo Fotos em Preto e Branco

 Praça da Meruoca, onde se vê o La Torrinha e uma casa muito bonita que foi demolida e atualmente no local é o Hotel Vitória - Arquivo Fotos em Preto e Branco

Vista de Sobral, foto tirada da margem esquerda do Rio Acaraú. - Arquivo Fotos em Preto e Branco

Década de 50 - Arquivo Fotos em Preto e Branco

Década de 50 - Arquivo Fotos em Preto e Branco

ANTIGO GINÁSIO SOBRALENSE - HOJE UNIVERSIDADE
Antigo Ginásio Sobralense - Hoje Universidade -  Arquivo Joseph B. Augeri

BECO DO COTOVELO-SOBRAL
Beco do Cotovelo -  Arquivo Joseph B. Augeri - 
Foto de Vaumirtes Freire


CATEDRAL DA SÉ  DE SOBRAL
Catedral da Sé de Sobral - 1953 -  Arquivo Joseph B. Augeri

RUA SENADOR PAULA- ATUAL AV. DOM JOSÉ
Foto de 1932 da Av. Senador Paula - Atual Dom José - Arquivo Joseph B. Augeri

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Quixadá


Foto de 1965 da Pedra da Galinha Choca - Acervo da Família Mamede 

Ficheiro:Pedra galinha choca quixada ce.JPG
A Pedra da Galinha Choca é um dos principais pontos turísticos de Quixadá.

Quixadá é um município localizado na Mesorregião dos Sertões Cearenses. Uma de suas características mais marcantes são formações rochosas, os monólitos, nos mais diversos formatos que "quebram" a aparente monotonia da paisagem sertaneja. É também conhecida por ser a terra de escritores como Jáder de Carvalho e Rachel de Queiroz que, apesar de ter nascido em Fortaleza, a capital do Ceará, possuía uma relação muito forte com a cidade, visitando-a constantemente, quando se hospedava em sua Fazenda Não Me Deixes, que herdou de seu pai, Daniel de Queiroz.

Ficheiro:Vista parcial quixada ce.JPG
Vista parcial do centro com igreja matriz de Quixadá em primeiro plano. Ao fundo é possível visualizar alguns dos monólitos que circundam a cidade

Apenas uma definição é consenso quanto à origem do nome Quixadá. É uma palavra derivada de alguma das línguas indígenas faladas no território cearense antes do descobrimento. Exceto isto, há grandes controvérsias. Em alguns documentos antigos figura como Queixadá, Quixedá, Quixedæ e Quixadæ. Para Paulino Nogueira, em seu livro Vocabulário Indígena em Uso na Província do Ceará (1887), presume que o nome vem da tribo Tapuia dos Quixaras, também conhecida como Quixadás. Segundo Carl von Martius, é derivada de Quixeurá, que significa "Oh! Eu sou o Senhor", Qui = oh, Xé = eu e Uará = senhor, tendo-se corrompido em Quixadá.

Antigo casarão nas imediações do Açúde do Cedro - Foto de Alex Uchôa

Para Teodoro Sampaio, em seu livro O Tupi na Geografia Nacional, disse que a palavra pertence a língua cariri e que, por não haver qualquer registros, não é possível afirmar significado exato. Thomaz Pompeu Sobrinho atribuiu, em princípio, a esse topônimo a origem tupicomo Quichaitá, com a seguinte interpretação: Qui = ponta, Chai = gancho ou torcida e Ita = pedra, donde se conclui: pedra da ponta encurvada ou torcida. Essa interpretação estão relacionadas à paisagem quixadaense onde existem pedras singulares como por exemplo, a "Galinha Choca", conhecida anteriormente como "Bico de Arara", além disso, segundo o autor, também pode ser a corruptela da palavra queixada ou quintal de rocha. Eusébio de Sousa também diz ser o vocábulo de origem tupi-guarani que significa pedra da ponta curvada. Os antigos habitantes falavam em Curral de Pedra, haja vista a localização da cidade que de fato, está cercada de pedras.

Ficheiro:Cedro e galinha choca quixada ce.JPG
Açude do Cedro e a "Pedra da Galinha Choca"; dois dos principais pontos turísticos de Quixadá

Originalmente, a região foi habitada pelos índios Kanindé e Jenipapo pertencentes ao grupo dos Tapuias, resistindo à invasão portuguesa no início do século XVII, sendo "pacificados" em 1705, quando Manuel Gomes de Oliveira e André Moreira Barros ocuparam as terras quixadaenses. Estes grupos indígenas resistiram até 1760, pois os conflitos entre índios e colonos, ocasinados pelo desenvolvimento da pecuária desde 1705, praticamete extinguiram essas tribos.

Chalé da pedra¹ - Fotos Alex Uchôa


A colonização da área compreendida atualmente pelo município de Quixadá ocorreu através da penetração pelo rio Jaguaribe, seguindo seu afluente o rio Banabuiú e depois o rio Sitiá, cujo objetivo principal era a conquista de terras para a pecuária de corte e leiteira.

A primeira escritura pública da região foi a do Mosteiro Beneditino, hoje Casa de Repouso São José, na Serra do Estêvão, onde hoje é o distrito de Dom Maurício, em 1641. Manuel da Silva Lima, alegando ter descoberto dois olhos d'água, obteve uma sesmaria. Essas terras, inicialmente de Carlos Azevedo, eram o "Sítio Quixedá"adquirido por compra conforme escritura de 18 de dezembro de 1728.

Em seguida, a propriedade foi vendida a José de Barros Ferreira em 1747 por duzentos e cinquenta mil réis. Oito anos depois, José de Barros, construiu casas de morada, capela e curral, lançando assim as bases da atual cidade de Quixadá, sendo considerado, portanto, o legítimo fundador da cidade. A fazenda prosperou e se transformou em distrito do município de Quixeramobim.


Quixadá
Pedra do Cruzeiro - Foto do site O melhor de Quixadá

A partir do século XIX, com a instalação da estrada de ferro que ligava o Cariri à Fortaleza ocorreu forte urbanização do município. Esta também foi fortemente influenciada pela produção de algodão exportado para a Inglaterra, que nesta época vivia a Revolução Industrial. A Freguesia de Quixadá foi criada pela Lei provincial n.° 1.305, de 5 de novembro de 1869. Em de 27 de outubro de 1870 a Lei provincial n.° 1.347 criou o Município de Quixadá desmembrando-o de Quixeramobim e sendo elevado à categoria de vila.

Com o projeto e a construção do Açude do Cedro, a vila passa a receber ainda mais imigrantes vindo de diversas regiões (estimados em 30.000), além disso diversas estradas foram construídas. Este processo acelera a urbanização, fazendo com que em 17 de agosto de 1889 a vila recebesse foros de cidade pela Lei provincial n.º 2.166.

Deste sua emancipação até hoje, teve cinqüenta e três governos municipais, sendo o fazendeiro Laurentino Belmonte de Queiroz, o primeiro prefeito no período de 1871 a 1873.



¹ O Chalé da Pedra é uma construção localizada no centro da cidade de Quixadá datada da década de 1920 que tem como uma de seus principais atrativos, o fato de estar sobre um monolito.

Foi construído por Fausto Cândido de Alencar (um industrial) na época situado no centro de uma lagoa. A planta foi copiada de uma construção existente ao fim da parede do Cedro, planejada e edificada por Dr. Revy, o engenheiro inglês que iniciou a construção daquele açude. Serviu de residência aos familiares de Fausto Cândido e nele funcionou a Loja Maçônica de Quixadá, uma vez que seu proprietário pertencia a esta.

Atualmente, é circulado pela Praça da Cultura e vizinho ao Centro Cultural Rachel de Queiroz, sede da Fundação Cultural. A Loja Maçônica funcionou no Chalé da Pedra secretamente, pois na época a Maçonaria foi proibida pelo regime de Getúlio Vargas. Fausto Cândido de Alencar demorou algum tempo para ir morar no Chalé, pois durante a sua construção houve um acidente com um pedreiro que veio a falecer, ele também é responsável por diversas construções em Quixadá, uma de suas construções na rua Rodrigues Júnior, nas proximidades da Praça Coronel Nanan leva o seu nome e a data de 1901.

Foto do blog Roteiro Planejado



Fonte: Wikipédia

terça-feira, 3 de maio de 2011

Caucaia - Antiga Soure



Caucaia foi um dos primeiro, núcleos de população do Ceará. Seu povoamento teve início 
quando chegaram ali os jesuítas Luís Figueiras e Francisco Pinto, encarregados, pela Carta Régia de 22 de outubro de 1735, de iniciar na região uma segunda tentativa de colonização. Homens afeitos à catequese, os padres da Companhia de Jesus conseguiram aldear os índios “caucaias”, transformando-os em amigos e auxiliares em sua missão.   


Por ocasião da luta entre o Marquês de Pombal e os jesuítas. o Governo português expediu, a 14 de setembro de 1758: ordem ao Ouvidor de Pernambuco. Bernardo Coelho Gama Casco, para seqüestrar os bens desses religiosos naquela Capitania e suas anexas, e para elevar à vila as aldeias indígenas que se encontravam sob a orientação dos jesuítas.  


O Municipio de Caucaia surgiu fruto de um aldeamento indigena. Lá habitavam nações indigenas das tribos: Potiguares, Tremenbés, Cariris e Anacés. Os indios potiguares ficavam localizados na região onde hoje está circunscrita o centro da cidade, onde era o coração da Aldeia. Os Tremembés ficavam mais para as cercanias do Município, os Cariris, voltados mais para o litoral, enquanto que os indios anacés, ficaram aldeados na atual região de Japuara, Camará, Mangabeira, atingindo parte da zona litorânea. Durante longos anos a Aldeia de Caucaia, ficou entregue a ordenações índigenas com explorádicas missões religiosas que se revezavam, trazendo a fé, e implantando a proposta portuguesa de dominação.

Caucaia é uma denominação de nomenclatura indígena que quer dizer mato queimado. Caucaia, como Aldeia ficou na dependencia da Vila de Fortaleza, e só depois com a determinação do Marques de Pombal, suprimindo todas as Aldeias administradas pelos Jesuítas, transformando-as em Vilas e Vigariatos. Com a determinação do Marques de Pombal, a Aldeia de Caucaia, foi transformada em Vila, juntamente com mais cinco aldeia existentes na Capitania do Ceará. A Aldeia de Caucaia recebeu o nome de Vila Nova Real de Soure por determinação da corte portuguesa, e no dia 15 de Outubro de 1759, foi realmente oficializada. A camara Municipal se reuniu pela primeira vez, posteriormente, a 17 de Outubro do mesmo ano. Recebeu esta denominação, de Vila de Soure, oriunda de uma freguesia do Bispado de Coimbra, Portugual, pois as regiões políticas administrativas conservava o sitema das antigas freguesias, que tinham autonomia religiosa e política.

Vila Nova de Soure, posteriormente Soure, após a independencia do Brasil, e finalmente Caucaia, sua ultima e definitiva denominação. Um municipio cearense que foi marcado profundamente pela influencia da vida e presença missionária dos Jesuítas, que em toda a sua extensão guarda as suas raízes deste processo evangelizador e colonizador da empreitada portuguesa. No ano de 1735, esses missionários, designados pela Carta Régia de 2 de outubro deste, pouco depois estavam em plena atividade catequética dos índios que habitavam a região, os Caucaias.

Praia de Iparana em Caucaia
Com o desenvolvimento do povoado, chegou a ordem para cumprimento da Provisão Régia de 14 de abril de 1755 a Alvarás de 06 e 07 de junho do mesmo ano, através dos quais o Governo Português então sob o comando de Marquês de Pombal, determinava o sequestro de fatos os bens dos Jesuítas. A mesma ordem também mandava que se elevassem a condição de Vila, os lugares e aldeias que fossem excluídos da administração daqueles religiosos, que seriam, pouco depois,expulsos do Brasil. Desse modo, o Capitão-Mor do Ceará, Francisco Xavier de Miranda Henrique, com o devido apoio daquela provisão Régia, fundou a Aldeia de Soure. A atual Caucaia de mar, serra e sertão. Já em 1759, a Vila de Soure passou a ser denominada de Vila Nova de Soure no dia 05 de fevereiro do ano supra mencionado, sob a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres.
A festa solene de instalação, realizou-se no largo da Igreja Matriz, no dia 15 de novembro de 1759, sendo oficializada a denominaçao de Vila Nova de Soure. Após os 184 anos, houve a denominação de Soure para Caucaia, pelo Decreto-Lei 1.114, de 30 de dezembro de 1943.


A região ás margens do rio Ceará e aos aredores das serras metropolitanas, eram habitadas por diversas etnias Tupi e Tapuia, tais como os PotygauaraTapeba, Apuiaré,Jenipapo, ParnamirimAnacé, Cariti, Panatiquarema, e outros, antes da passagem dos jesuítas Luís Figueiras e Francisco Pinto no século XVII.
Depois da saída do Ceará dos holandeses, e a reconquista da região pelos portugueses, iniciou-se o processo de catequese e aldeiamento dos índios, resultando a ciação do Aldeiamento de Caucaia, na segunda década do século XVII.


A partir de 1759, depois da expulsão dos jesuítas, a Aldeia de Nossa Senhora dos Prazeres de Caucaia, passou a ser conhecida por Vila Nova de Soure. Neste mesmo período os índios Tremembé, deslocam-se para este aldeiamento, mas devido a fracasso de adptação estes retornam a Itarema.
Com a expanção da pecuária, as semarias e o povoado ao redor da igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, durante o cima referido século, a vila consolida-se como um centro urbano.

Matriz de Caucaia

Em 1917, com a criação da Estrada de Ferro Fortaleza-Itapipoca, ou ramal de Itapipoca da RVC, Caucaia firma-se como centro regional com quatro estações de trem (Caucaia, Boqueirão, Arara/Guararu, Cauípe e Catauna).
Com a criação da RMF, Caucaia expandiu-se como centro habitacional e industrial.

O topônimo "Caucaia" vem do tupi, podendo significar:
  • caa (mato) e caia (queimado): "mato queimado";
  • cau (vinho de caju) e caia (queimado).
Sua denominação original era "Caucaia", depois "Aldeia dos Caucaias", "Vila dos Caucaias", "Aldeia de Nossa Senhora dos Prazeres de Caucaia", "Vila Nova de Soure", "Vila do Soure", "Soure" e, desde 1943, "Caucaia".

O município é dividido em distritos: Caucaia(sede), Bom Princípio, Catuana, Guararu, Jurema, Mirambé, Sítios Novos e Tucunduba.

Estação de Caucaia

A estação de Soure em 1922. Revista Ilustração Brasileira, 1922

A estação de Soure foi inaugurada em 1917 na então Estrada de Ferro Fortaleza-Itapipoca, ou ramal de Itapipoca da RVC. Nos anos 1940 teve o nome alterado para Caucaia. É hoje uma estação de trens metropolitanos, sendo a estação terminal. Dali para a frente somente trafegam cargueiros da CFN - se é que estão trafegando. Hoje, na linha de trens metropolitanos, existem entre Caucaia e a estação original de Antonio Bezerra, hoje também uma estação metropolitana, mais sete estações que foram construídas apenas na época dos subúrbios: Conjunto São Miguel, Parque Albano, Conjunto Ceará, Jurema, Araturi, Nova Metrópole e Parque Soledade.

Estação de Caucaia, em 2001. Foto Dirceu Baldo

Trem metropolitano chegando na estação de Caucaia, em 2001. Foto Dirceu Baldo

TRENS - Os trens de passageiros e depois os metropolitanos param nesta estação desde 1917 até hoje. Na foto, trem da Metrofor em Caucaia em 2001.





Crédito: Wikipédia, http://www.estacoesferroviarias.com.br, pesquisas de internet