Assim como no blog Fortaleza Nobre, vou focar no resgate do passado do nosso Ceará.
Agora, não será só Fortaleza, mas todas as cidades do nosso estado serão visitadas! Embarque você também, vamos viajar rumo ao passado!

O nome Ceará significa, literalmente, canto da Jandaia. Segundo o escritor José de Alencar, Ceará é nome composto de cemo - cantar forte, clamar, e ara - pequena arara ou periquito (em língua indígena). Há também teorias de que o nome do estado derivaria de Siriará, referência aos caranguejos do litoral.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Baturité



Baturité antiga - Vista parcial da cidade - Arquivo Pessoal de Clóvis Acário Maciel

Região habitada por diversas etnias como os Potyguara, Jenipapo, Kanyndé, Choró e Quesito, recebeu a partir do século XVII diversas expedições militares e religiosas. Com a expulsão dos holandeses, a coroa portuguesa iniciou o processo de ocupação definitiva das terras cearenses que intensificou-se através da ocupação missionária pelos Jesuítas, a doação de sesmarias, busca de metais preciosos e a implantação da pecuária do Ceará.

Vista parcial da cidade - Foto mais recente que a primeira - Arquivo Pessoal de Clóvis Acário Maciel

Em 1755, Baturité, ou melhor, Missão de Nossa Senhora da Palma, surge neste contexto como uma missão tendo como finalidade aldear os índios da região. Em 1759, com a expulsão dos Jesuítas, a missão foi elevada a condição de Vila com o nome de Monte-Mor o Novo d'América. Em 1791, nesta vila foi reunido aos Kanindé, Jenipapo um contingente de índios oriundos de missões em conflitos, como: os Jucá da Vila de S. Mateus, os Paiacu da Vila de Monte-Mor-o-Velho e da Vila de Portalegre.

 Local em frente a Escola Salesiano. Alunos da Escola Salesiano desfilando - Acervo do Historiador Artur Ricardo

Por causa do clima ameno e da água em abundância, Baturité e outros municípios vizinhos serviram de refúgio para populações sertanejas de cidades como Canindé e Quixadá, que ali se abrigaram durante a Seca dos Três Setes (1777 a 1793). Um marco da presença católica no município é o grupo de igrejas, conventos e mosteiros que ainda resistem ao tempo e alguns deles convertidos em hospedarias nos dias atuais.

Pintura da Avenida Proença - Atual Dr. João Paulino - Acervo do Historiador Artur Ricardo


Em 1824, Manoel Felipe Castelo Branco trouxe do Pará para Baturité, mudas de café, fato que trouxe transformações na atividade econômica e vida social local.

Na metade do século XIX, Baturité tinha como principal atividade econômica a cultura do café, chegando na época a deter 2% de toda a produção brasileira. Há relatos de que o café de Baturité era um dos mais apreciados nas cafeterias francesas. Com o crescimento da cultura do café surge a necessidade de uma via mais rápida de escoamento da produção para o Porto de Fortaleza, que era feita através das precárias estradas da época. Neste contexto, em 1870, um grupo de comerciantes lança a proposta de construir a primeira ferrovia no estado, constituindo juridicamente a Estrada de Ferro de Baturité e um porto em Fortaleza. Em 1882, é inaugurada a Estação Ferroviária de Baturité, pela qual o café foi transportado diretamente ao Porto de Fortaleza. Em 1921, com a expansão da estrada de ferro, Baturité recebe mais uma estação ferroviária, mais precisamente no povoado do Açudinho (hoje Alfredo Dutra).


Procissão Religiosa passando pela avenida Proença - Atual Dr. João Paulino - Acervo do Historiador Artur Ricardo

A cultura do café, entre 1870 até a superprodução e a superoferta de 1929, impulsiona a economia e a vida social de Baturité, bem com a modernização da cidade. A partir do início do século XX, Baturité vivenciou fortemente o movimento religioso da Ação Católica, principalmente com o vigário local Monsenhor Manoel Cândido e seu pupilo Ananias Arruda. Desse movimento católico surgiram vários prédios religiosos na cidade como: 

  • O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora (1934)
  • Colégio Salesiano Domingos Sávio (1932);
  • Círculo Operário Católico de Baturité (1924);



 Avenida 7 de Setembro - Acervo do Historiador Artur Ricardo

  • A Escola Apostólica dos Jesuítas (1927)
  • 1882 - Inaugurada a Estação de Baturité da Estrada de Ferro de Baturité (marco no desenvolvimento da cidade);
  • A Central de Abastecimento de Água de Baturité pela firma Catão e Pinto - realização do Major Pedro Catão e do Cel. José Pinto do Carmo (30 de março de 1917);
  • O serviço de luz elétrica de Baturité (2 de junho de 1918), realização de Horácio Dutra. Em 1921 esta empresa foi transferida para o Cel. José Pinto do Carmo;
  • Em 1896 nasceu o Major Antônio Couto Pereira que, ainda jovem, foi morar com alguns familiares em Curitiba e em 1916 filiou-se ao Clube de Futebol Coritiba. Em 1926 foi presidente do clube pela primeira vez. O nome do estádio do time é em homenagem ao ilustre Antônio Couto Pereira. Ele é tio-avô do técnico em edificações e historiador cearense Gustavo Braga.

Praça Waldemar Falcão - Acervo do Historiador Artur Ricardo


O topônimo Baturité apresenta várias hipóteses etimológicas:


  • Para Paulino Nogueira, este vem do decomposto do Tupi BU (sair, rebentar, sair da fonte), TY (água) e ETE (boa) e significa sair água boa, uma alusão às inúmeras fontes de água cristalina que jorram da serra; ou uma corrutela do IBI (terra), TIRA (alta), ETÉ e significa serra;



  • Para José de Alencar, este vem de Baturieté (narceja: uma ave ilustre), que composta por Batuira e Eté, nome que honra o chefe Potyguara e na linguagem figurada significa valente nadador;



  • Para Von Martius vem da corrutela de Epo (por ventura) e ITA-ETË (aço) que significa certo aço;



Local onde seria construído a Escola Apostólica dos Jesuítas  - Acervo do Historiador Artur Ricardo


  • Para Pedro Catão, vem de Batu (monte serra) e Ete (desinência superlativa) e significa verdadeira serra, serra por excelência;



  • Antônio Martins Filho e Raimundo Girão diferenciam-se da versão de Paulino Nogueira apenas nos termos Tira, que seria Itira ou Atira (o monte, o monte), pois na análise fonética YBY, Y representa-se por I ou U, o que resultou para os portugueses IBI ou UBU e de ATYRA resultou ATURA. Compondo ficou IBATURA, BATURA com a queda da vogal inicial átona, fenômeno muito comum na acomodação portuguesa do Tupi. Desta forma BATURA (montão, monte de terra ou serra) e os índios juntaram o sufixo ETÉ (principal, a verdadeira ou real) e ficou BATUETÉ (serra verdadeira ou real). Para estes, a expressão Serra de Baturité é pleonástica, pois Baturité já significa serra.

  
Construção da Escola Apostólica dos Jesuítas  - Acervo do Historiador Artur Ricardo

Suas denominações originais eram Aldeias das Missões, Missão de Nossa Senhora da Palma, Palmas, depois Vila Real Monte-Mor o Novo da América e, desde 1858, Baturité.

Escola Apostólica dos Jesuítas - Acervo do Historiador Artur Ricardo

A cidade possui um clima bastante peculiar para esta região do Brasil. As máximas podem ultrapassar os 35°, chegando aos 37° nos dias mais quentes ou não passando de 30° em dias com muita nebulosidade. No entanto, o que faz a diferença são as mínimas, que podem chegar aos 18° nos meses mais frios (entre junho e agosto), sendo que a média mínima registrada nesse período é de 22°. A variação climática também é bastante expressiva, podendo ocorrer variações de 15° entre o período da manhã e da noite.

Rua 15 de Novembro - Baturité - Arquivo Pessoal de Clóvis Acário Maciel

A pluviometria média é de 1.088 mm com chuvas concentradas geralmente no final do ano (em dezembro) e duram até março sendo que neste último mês são registradas as maiores precipitações chegando a ocorrer tempestades com ventos fortes e raios. Porém, como em toda a Região Nordeste, as chuvas também são irregulares podendo ocasionar seca e racionamento de água, como o registrado entre os anos de 1998 e 1999 quando o principal reservatório de abastecimento da cidade, a Barragem Tijuquinha, chegou ao nível zero.

Curso de Esperanto de Baturité - Arquivo Pessoal de Clóvis Acário Maciel

Relevo e solos

Localizado no Maciço de Baturité, tem relevo na sua grande parte montanhoso formado de maciços residuais e depressões sertanejas, tendo como a maior elevação localizado na serrota de São Francisco, cerca de 874 metros acima do nível do mar.

Recursos hídricos

O rio Putiú e rio Aracoiaba, juntamente com a Barragem Tijuquinha, são as maiores fontes de recursos hídricos para o abastecimento de água para o município. 
Os riachos como: das Lajes, do Padre, da Panta, da Pedra Aguda, Mucunã, Nilo, Pilar, Salgado, Santa Clara, Sinimbu, Supriano, completam os recursos hídricos deste município e juntamente com o rio Putiú,desaguam suas águas no rio Aracoiaba.

Vegetação

Caatinga arbustiva densa, floresta subcaducifólia tropical, floresta úmida semi-perenofólia, floresta úmida semi-caducifólia, floresta caducifólia e Mata Ciliar. Aqui existe uma APA (Área de Proteção Ambiental).


Vista da casa grande do sítio Bela Vista dos Maciéis, hoje o local deste sítio
        é Aratuba - 1908 - Arquivo Pessoal de Clóvis Acário Maciel

Economia

Atualmente a economia de Baturité baseia-se principalmente na exploração do setor terciário da economia (comércio e prestação de serviços), na extração vegetal e em culturas de algodão, banana, arroz, milho, feijão, café e cana-de-açúcar, porém, assim como na maioria dos municípios cearenses (com exceção do café), esta ainda é feita com técnicas agrícolas rudimentares fazendo com que o solo empobreça e a produção seja insignificante em termos nacionais. Ainda assim, Baturité se destaca na sua região sendo um importante centro consumidor e abrigando sede de muitas empresas regionais. Com um comércio forte, base da economia do município, a cidade vem conseguindo muitos avanços na qualidade de vida da população e na modernização da cidade.
Ainda é importante destacar o cultivo do café, que embora tenha diminuído muito após a crise de 29 e outras crises na economia brasileira, vem crescendo, atualmente, utilizando-se a técnica do cultivo sombreado e 100% orgânico. Esse tipo de cultivo fez com que o café baturiteense ganhasse destaque nacional e internacionalmente por ser um produto de alta qualidade e saudável.


Sobrado dos Maciéis localizado próximo a Praça Santa Luzia, no centro.

Turismo

Outra fonte de renda do município é o turismo, com um grande potencial, mais que ainda precisa ser melhor explorado. Baturité possui uma APA (Área de Proteção Ambiental) nos remanescentes de Mata Atlântica existente no município, trilhas, cachoeiras, áreas propícias para prática de esportes de aventura e um grande acervo cultural espalhado por toda a cidade como museus, monumentos e edificações centenárias. 


Antiga estação de Baturité - Arquivo Pessoal de Clóvis Acário Maciel

Antiga estação de Baturité - Arquivo Pessoal de Clóvis Acário Maciel
  

Dentre esses podemos destacar:



  • Igreja Matriz;
  • Prédio da Cultura (hoje a sede da Sec. de Saúde);
  • Pelourinho (marco da fundação da cidade);
  • Palácio Entre Rios (antiga cadeia municipal e hoje sede da Prefeitura);
  • Museu Comendador Ananias Arruda;
  • Estrada de Ferro juntamente com a Estação Ferroviária (onde expõe obras de Olavo Dutra Alencar);
  • Via Sacra Pública de Baturité (com 365 degraus);
  • Imagem de Nossa Senhora de Fátima (exposta no alto do Morro da Via Sacra, a maior Imagem da Santa no mundo);
  • Igreja de Santa Luzia (inaugurada em 1879);
  • Antiga Escola Apostólica dos Jesuíta (atualmente conhecida como Mosteiro dos Jesuítas, funciona como casa de retiros, encontros religiosos, congressos, hospedagem e descanso. O prédio lembra um castelo medieval);
  • Mirante do Cruzeiro (magnífica obra de uma Cruz com 25m de altura sobre uma montanha. Monumento recém inaugurado).

Parador dos Jesuitas - Arquivo Pessoal de Clóvis Acário Maciel

Estação de Ferro de Baturité - Arquivo Pessoal de Clóvis Acário Maciel

Cultura

Um dos principais eventos culturais da cidade são as Festas de Nossa Senhora da Palma, padroeira do município, que se realiza a partir do dia 15 de agosto e a Festa de Santa Luzia que se realiza a partir de 13 de dezembro. A feira livre, sempre realizada aos sábados, também já é um marco cultural na cidade e reúne feirantes da cidade e de regiões vizinhas. Espalhados pela cidade, principalmente pela região central, encontram-se casarões em estilo colonial construídos em meados do século XIX, época da fartura do café, alguns poucos tombados. Estátuas e bustos de baturiteenses notórios, como Ananias Arruda e Valdemar Falcão, estão expostos em praças que levam seus nomes. A influência da igreja católica na cultura da cidade é bastante expressiva. O monumento erguido à Nossa Senhora de Fátima, trazido de Portugal, pode ser visto de praticamente toda a cidade e muitos se aventuram em chegar lá vencendo seu acesso que possui 365 degraus. A bi-centenária igreja de Nossa Senhora da Palma, construída em 1762 no estilo bizantino com predominação no Barroco, é a única nesse estilo no Brasil e já serviu como depósito de pólvora na época da Confederação do Equador. No entanto, denota-se atualmente, a destruição progressiva de vários casarões e até monumentos históricos para ceder lugar a prédios comerciais. Não existem políticas de conscientização ou para restringir a degradação do patrimônio histórico de Baturité, que findará em breve.


Março/2005 época chuvosa. Nota-se vegetação verdejante e céu nublado. Acervo de Anderdavid

Outubro/2005 época de seca. A vegetação torna-se marrom, o clima quente e seco e o céu com poucas nuvens. Acervo de Anderdavid



Crédito: Wikipédia, Clóvis Acário Maciel e Artur Ricardo/Ana Margarida Furtado Arruda

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Praça de Iracema - Ipu



Monumento Iracema - Acervo Prof. Francisco Mello

A Praça de Iracema foi inauguração no dia 07 de setembro de 1927, pelo primeiro Prefeito eleito de Ipu, Cel. Felix Martins de Sousa, que na época a chamou de "Jardim de Iracema", localizado entre o Banco do Brasil e o prédio da antiga Telemar

Praça de Iracema - Ipu/Ce - Acervo Prof. Francisco Mello

"Sempre morei defronte a Praça de Iracema. Em minha infância, vivenciei a 1ª geração, a qual eu considero a mais bela de todas. Lembro-me das árvores, plantas, flores, das sementes e frutos que caíam ao solo, dos bancos de cimento e da calçada colorida recordo até das rachaduras. Lembro-me da linda Índia Iracema ao centro, cercada pela natureza.

 "Jardim de Iracema" - Acervo Prof. Francisco Mello

A 3ª geração é a que estamos vivenciando e que foi construída na gestão (2004-2008) da ex-prefeita Corrinha Torres. Após receber a praça em ruínas a transformou em uma nova praça.
Já a da 2ª geração tenho lembranças muito tristes. Foi na época da administração de Toinha Carlos (2000-2004). 


Monumento Iracema - Acervo Prof. Francisco Mello

Na década de 80 (86-87), a praça da 1ª geração foi destruída pelo prefeito a época, o sr. Flávio Mororó, e no local fora construída outra cheia de labirintos. Uma verdadeira aberração! Em 84 fui morar no RJ e ao retornar em 88, tomei um grande susto ao avistar a Praça de Iracema de cara nova, pois as minhas lembranças da 1ª geração haviam sido destruídas.


Acervo das fotos: http://www.netcina.com.br

Cruzar a Praça de Iracema durante a noite era perigoso, por causa da escuridão, cheia de labirintos e esconderijos. Os galhos das árvores não eram poupados, existiam grandes arbustos que servia de esconderijo de marginais. Havia um ponto de venda de drogas e usuários fumavam ali mesmo, por isso, surgiu o nome de "Praça da Maconha". A "Maria Homi", que praticamente morava na praça, mantinha ali mesmo os seus encontros amorosos com o "Scania" e outros parceiros que não recordo o nome. A praça virou um ponto de prostituição. Foi da janela de casa que presenciei tudo o que estou relatando e ficava recordando da 1ª geração: - Tão bela e maravilhosa que era a nossa praça!

Acervo da foto: http://www.netcina.com.br

Hoje, são com essas tristes lembranças da Praça de Iracema, que uma dia recebeu o nome de "Praça da Maconha", das ruas cheias de lixo e esburacadas e dos prédios públicos abandonados, que sinto repudio só em pensar que aqueles que participaram daquela triste e vergonhosa administração querem retornar ao comando de nossa cidade. Quem ama o Ipu não esquece!

Luiz Fernando Lopes

Estátuas do Guerreiro Branco e da Índia Iracema
(Personagens do Romace de José de Alencar)
Praça de Iracema - Centro da Cidade de Ipu
Reformada no ano de 2006. Acervo: Ipunoticias.net

Acervo: Viviane da Silva Nobre

"Plantada entre o Banco do Brasil e a Telemar, ainda hoje existe o Jardim de Iracema depois de passar por várias modificações desde a sua formação primeira até hoje quando é portadora de uma arquitetura das mais esdrúxulentas já acontecida na história administrativa deste município. A sua inauguração se deu no dia 07 de setembro de 1927, pelo primeiro Prefeito eleito de Ipu, Cel. Felix Martins de Sousa, que no ato inaugural pronunciou as palavras: “ESTÁ INAUGURADO O JARDIM DE IRACEMA”. Na sua forma arquitetônica inicial foi, arvorado um Coreto que servia para apresentações artísticas e outras mais. Outras modificações aconteceram, sendo construída no local do Coreto um Lago feio e sujo com uma Garça bem no centro que servia para os vândalos exercitarem as suas pontarias. Em seguida veio a terceira reforma, foi edificada com todas as pompas a Iracema, o nosso mito maior a única do mundo, foi destruída por um Prefeito que não sabe o que é crueldade e nem malvadeza e nem muito menos tem conhecimento de Cultura, é um estranho na terra de ninguém, um escatológico sem precedentes. Não sabe o que é Patrimônio Histórico, será um vândalo? Ou aquele produtor de cataclismo que aqui se instalou neste Ipu de todos nós. E assim foi realizado pelo inópio Prefeito a quarta reforma, sem planejamento sem uma sequência de passeios ou avenida ou até mesmo um local de lazer, mas está bem parecido com um local de esconderijo propiciando a marginalização e muito especialmente a prostituição. Quinta Reforma. Sofreu mais uma vez toda descaracterização parecendo mais um calçadão para passeios outros. As duas estátuas de Iracema e do Guerreiro Branco é um destaque aparte. Os Bancos sem uma originalidade sem igual. O jardim está bonito."

Prof. Francisco Mello


Créditos: Professor Francisco Melo, http://www.semaiipu.blogspot.com/ Luiz Fernando Lopes e www.netcina.com.br

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Jaguaruana


A data da sua Criação é 4 de Setembro de 1865. Foi instalada em: 4 de Março de 1866. Toponímia: Onça Preta.

Chamou-se primitivamente, Catinga do Góes, União e finalmente o nome atual. Suas origens remontam às primeiras décadas da segunda metade do Século XVIII, quando em 1771, D. Feliciana Soares da Costa, viúva de Simão de Góes, doou terras para construir a primitiva capela. Com essa doação, além da capela, geraram-se em torno de sua liderança precedentes gregários dos quais se formaria o Município de Jaguaruana. 



As primeiras notícias sobre a origem da formação da atual cidade de Jaguaruana datam de
1761, quando Dona
Feliciana Soares da Costa, viúva de Simão de Góis, fez doação de terras para constituírem o patrimônio da capela que mandara levantar sob a invocação de Nossa Senhora Santana.

A escritura foi lavrada no Cartório de Aracati, presumindo-se, todavia, que a capela tenha
sido erigida três ou quatro anos antes, em virtude de, em 1760, ter-se realizado ali o casamento do médico José Baltazar Augery.

Primitivamente, a localidade denominava-se Caatinga do Góis, pelo fato de ter pertencido a Simão de Góis o sítio ou fazenda onde se formou o arraial e depois povoação desse nome.
O distrito de paz foi criado pela Câmara Municipal de Aracati, em 1832, não sendo, porém, efetivado. Sobrevindo a execução do Código de Processo Criminal, promulgado a 29 de novembro de 1832, aquela Câmara, em sessão de 17 de maio de 1833, manteve o distrito de Giqui, criado anteriormente, no qual ficou compreendido o território do distrito de Caatinga do Góis, implicitamente suprimido. Em 1858, entretanto, a sede do distrito de paz foi transferida de Giqui para Caatinga do Góis.

Antônio José de Freitas, estabelecido no povoado desde 1846, primeiro subdelegado do
distrito policial, criado em 1862, fundou, nesse mesmo ano, uma sociedade civil denominada 
União, composta de 33 membros, que se propunha à luta pela emancipação da Caatinga do Góis. 

Em 1863 foi instituída a Freguesia de Santana, inaugurando-se em meio a grandes festividades, aos 31 de janeiro do ano seguinte.

O Município surgiu dois anos mais tarde com território desmembrado do de Aracati e com
o nome de União. Posteriormente passou a chamar-se Jaguaruana


O Distrito foi criado com a denominação de União, pela lei provincial nº 1083, de 04-12-1863, 
subordinado ao município de Aracati. 
Elevado à categoria de vila com a denominação de União, pela lei Provincial nº 1183, de 
04-12-1865, desmembrado de Aracati. Sede na antiga povoação de Catinga do Góes. Instalado em 04-03-1866. Elevado à condição de cidade com a denominação de União, pelo decreto estadual nº 66, de 
11-09-1890. 
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito 
sede. 
Pelo ato estadual de 21-08-1913, é criado o distrito de Passagem de Pedras e anexado ao
município de União. 
Pelo decreto estadual nº 1156, de 04-12-1933, é criado o distrito de Borges e anexado ao 
município de União. 

Praça da Matriz

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município União aparece constituído de 4 distritos: União, Borges, Giqui e Passagem de Pedras.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas 31-XII-1936 e 31-XII-1937. 
Pelo decreto estadual nº 448, de 31-12-1938, o distrito de Passagem de Pedras passou a 
denominar-se Itaiçaba
Pelo decreto-lei estadual nº 1114, de 30-12-1943, o município de União Tomou a denominação de Jaguaruana. 


No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 4
distritos: Jaguaruana (ex-União, Borges, Gigui e Itaiçaba). 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1955. Pela lei estadual nº 3338, de 15-09-1956, desmembra do município de Jaguaruana o distrito de Itaiçaba. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960 o município é constituído de 3 distritos: 
Jaguaruana, Borges e Gugui. 
Pela lei estadual nº 6876, de 13-12-1963, é criado o distrito de São José e anexado ao 
município de Jaguaruana. 


Em divisão territorial datada de 31-XII-1963 o município é constituído de 4 distritos:,
Jaguaruana, Borges, Gigui e São José. 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1997. 
Pela lei municipal nº 0279, 28-04-1998, é criado o distrito de Saquinho e anexado ao 
município de Jaguaruana. 
Pela lei municipal nº 287, de 24-06-1998, criado o distrito de Santa Luzia e anexado ao 
município de Jaguaruana. 
Em divisão territorial datada de 2001, o município é constituído de 6 distritos: Jaguaruana,  
Borges, Gigui, Santa Luzia, São José do Lagamar (ex-São José) e Saquinho
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007. 

Mercado Público

Alteração toponímica municipal 

União para Jaguaruana, alterado pelo decreto-lei estadual nº 1114, de 3-12-1943.
Evolução Política

Durante cerca de setenta anos, são escassas as referências sobre a evolução desse reduto, o que, entretanto, não exclui o seu crescimento que o colocaria em estágio de progresso. Com o advento da Lei Geral de 1830, que autoriza a criação de Distritos de Paz na Província, a povoação de Catinga de Góes figura no elenco das que seriam contempladas. Como forma de dar cumprimento ao disposto contido na Lei Geral, tem-se como instrumento de execução a Lei de 3 de dezembro de 1832, originária da Câmara Municipal do Aracati, ficando a instalação na dependência de autorização governamental. Essa autorização, no entanto, deixaria de ser expedida, considerando para tanto estar curada a capela da povoação, conforme se deduz de Ofício Presidencial datado de 23 de janeiro de 1833.

Igreja matriz Nossa Senhora Santana

Igreja: As primeiras manifestações de apoio eclesial datam do ano de 1761, quando da doação do patrimônio respectivo, feita por D. Feliciana Soares da Costa. Essa doação consta de escritura pública, lavrada no Cartório de Lázaro Lopes Bezerril, Tabelião do Aracati (06/10/1761). A capela, que terá sido edificada cerca de quatro anos antes do registro cartorário, a expensas de D. Feliciana, tem como padroeira Nossa Senhora Santana. Tem-se como instrumento de criação da Freguesia, a Lei nº 1.083, de 4 de dezembro de 1863, e canonicamente sacralizada a 19 de dezembro do mesmo ano. Consta como seu primeiro vigário o padre Alexandre Corrêa de Araújo Melo, natural do Aracati e empossado a 31 de janeiro de 1864.


Carnaval

O carnaval de Jaguaruana é sem dúvida a manifestação cultural que mais traz pessoas para o município. Onde os eventos mais tradicionais são: Mela-mela: é realizado na avenida e praça central do município, os festejos acontecem com bandas de axé, onde os foliões utilizam para sua diversão spray de espuma, farinha de trigo ou mesmo maisena. Festa no Rio Jaguaribe: acontece no período da manhã a beira do único rio que banha o município: O Rio Serafim, agitado por bandas de axé e as clássicas marchinhas carnavalescas no trio elétrico.
Em 2010 teve início a primeira micareta de Jaguaruana com o nome de Jaguar Fest.



Fontes: IBGE, http://www.ceara.com.br, Wikipédia, DB City.com e ajaguaruana

domingo, 14 de outubro de 2012

Cascavel


Rua principal de Cascavel do livro Terra Cearense 1925

Em 25 de fevereiro de 1694, DOMINGOS PAES BOTÃO e seu cunhado, JOÃO DA FONSECA FERREIRA, adquiriram uma DATA DE SESMARIA que denominaram SÍTIO CASCAVEL. A data de sesmaria era um pedaço de terra, às vezes de grande extensão, que o cidadão requeria ao Governo para plantar e criar. Botão e Ferreira habitavam o médio Jaguaribe, e perseguido pelos índios resolveram mudar-se para o litoral, onde não havia conflito entre os habitantes nativos (índios) e o colonizador português.

Rua Padre Valdevino

Foram estes dois homens - Domingos Paes Botão e João da Fonseca Ferreira, acompanhados de pequeno grupo de outros bravos pioneiros, os responsáveis pela primeira e real investida de colonização portuguesa das terras cascavelenses, por assentamento.

É verdade que outros aventureiros já haviam andado por aqui, mas não fizeram morada. Passaram realizando apenas o reconhecimento das terras, procurando saber se tinham boas condições de aproveitamento, se serviam para plantar e criar. Estes exploradores não se instalaram com suas famílias.


Barracões da rapadura e das frutas

Com Domingos Paes Botão e João da Fonseca Ferreira, porém, foi diferente. Eles aqui fixaram residência e permaneceram por algum tempo, até que transferiram suas terras para os parentes MANOEL RODRIGUES DA COSTA e sua mulher, FRANCISCA FERREIRA PESSOA, irmã de João da Fonseca Ferreira, construtores, em 1710, da Capela de Nossa Senhora do Ó.

Assim foi iniciada a colonização das terras de Cascavel. Mas, por que este nome? Por que CASCAVEL?

Certamente você vai gostar de saber como e por que os primeiros colonizadores puseram este nome, não? Logo o nome de uma cobra venenosa!

Por esta razão quiseram substituí-lo! Primeiro insistiram em São Bento, o santo protetor contra as picadas do perigoso ofídio. Não deu certo e, a não ser popularmente, jamais teve esta denominação, embora sua feira semanal, por alguns, ainda seja chamada de Feira de São Bento.


Matadouro Público

Também propuseram a mudança para Visconde do Rio Branco, Paranaguaçu e Piranji.

Como topônimo, isto é, como nome de lugar, Cascavel surgiu, oficialmente, pela primeira vez no Ceará, na sesmaria do citado Domingos Paes Botão e seu cunhado, João da Fonseca Ferreira.

Segundo seus mais antigos e idosos moradores, o nome teria surgido de viajantes e comboieiros, em suas travessias do Porto do Aracati para Fortaleza, ou vice-versa, que se arranchavam sob a copa de frondosos cajueiros existentes no meio da caminhada. Foi nesse local, antes mesmo da chegada de Domingos Paes Botão e João da Fonseca Ferreira, que algumas pessoas teriam encontrado um ninho de cobras cascavéis, ficando como ponto de referência para encontros, com a expressão "LÁ NA PARAGEM DA CASCAVEL" ou "LÁ NO NINHO DA CASCAVEL". Este fato teria levado os fundadores a adotar o nome de Sítio Cascavel para as suas terras.



Há quem afirme, porém, que o nome teria surgido por causa de uma cascavel que dava entrada à sesmaria de Manuel Rodrigues Bulhões e que seria ponto de encontro de comboieiros (hipótese mais provável). A cascavel é uma porteira de sítio, formada por dois mourões (estaca de madeira) perfurados, fincados no chão, distantes três ou quatro metros um do outro, com paus na horizontal, atravessando os furos dos dois lados, fechando a passagem.

Capela de Nossa Senhora do Ó em Cascavel - CE, tal como era 1859. Construção de pura alvenaria, típica do Ciclo do Gado. É sobremodo curiosa a ingenuidade dos calçamentos do frontão e do campanário lateral. Erguida em fins só século XVIII.

Evolução Política

Quase Século e meio decorrido sem que se alterasse o primitivo conceito de povoado, surgiu a Resolução do Conselho de Província, instrumento segundo o qual se deu sua elevação à categoria de Distrito (06/05/1833), constando sua instalação de 17 de outubro do mesmo ano. Sua elevação à categoria de Município ocorreu segundo Lei n° 2.039, de 2 de novembro de 1883.

O município de Cascavel localiza-se no litoral leste do Estado do Ceará, na Região Metropolitana de Fortaleza (desde 2009), constituída por 15 municípios.

Regionalização

Região Administrativa: 9

Microrregião de Planejamento: Litoral Leste/Jaguaribe

Mesorregião: Norte Cearense

Microrregião: Cascavel


Rua Direita e Praça da Matriz

Área

Cascavel ocupa uma extensão territorial de 837,421 km² (IBGE).

Posição geográfica

Latitude: 4° 07' 59" sul. São 459,3 km para o equador terrestre.

Longitude: 38° 14' 31" oeste.

Altitude

33,70m (nível do mar).

Ponto culminante: Serra do Brito – 246m.

Limites

Ao norte: Oceano Atlântico, Pindoretama e Aquiraz;

Ao sul: Beberibe e Ocara;

A leste: Beberibe;

A oeste: Pacajus, Horizonte e Chorozinho.

Distância da capital: 60 km pela CE-040 e 50 km em linha reta.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH – 2000): 0,673.

Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM – 2008): 34,94.

PIB per capta: R$ 5.537,00 (IBGE/IPECE 2008).

PIB anual: R$ 370.996.000,00(IBGE/IPECE 2008).


Igreja da Matriz com o Cruzeiro

População

De acordo com o senso demográfico de 2010 (IBGE), a população do município é de 66.142 habitantes, com uma densidade demográfica de 79 hab/km². Com situação domiciliar urbana 56.157 habitantes (84,90%), e rural 9.985 (15,10%). Sendo 32.887 habitantes homens (49,72%) e 33.255 mulheres (50,28%). Taxa de crescimento populacional 2000-2010: 1,48%. É o 19º município cearense mais populoso.

Gentílico: cascavelense

Eleitores

No município de Cascavel estão cadastrados 51.476 eleitores distribuídos em 165 seções eleitorais (TRE/CE, 2012).


Praça do Poço - atual Praça do Hospital

Distritos

Quando o Município de Cascavel foi criado, em 1833, era constituído por quatro distritos: Cascavel, Lucas (hoje Beberibe), Sucatinga e Pedro de Sousa. Depois foram criados outros distritos: Pitombeiras (1876), Guanacés (1890), Baixinha, depois Pindoretama (1894) e Jacarecoara (1910).

De lá para cá sofreu várias alterações. Atualmente, tem a seguinte composição: Cascavel (sede), Cristais, Guanacés, Jacarecoara, Caponga e Pitombeiras.

CRISTAIS

Localiza-se no extremo sul do município, a 78 km da sede e à margem esquerda do rio Pirangi. É cortado pela BR-116. Por abundância de minerais (cristais) que afloram no solo, os moradores batizaram o lugar com esse nome. É o mais jovem distrito de Cascavel. Foi desmembrado do distrito de Pitombeiras em 20 de maio de 1993.

GUANACÉS

Localizado a oeste do município, a 11 km da sede, foi criado em 20 de outubro de 1890. O lugar Bananeiras, em 1943, recebeu novo nome em homenagem aos índios Anacés, Guanacé e Wanacé que habitaram o Vale do rio Choró e o litoral cearense. Por duas vezes, em 1963 e 2009, a população mobilizou-se, sem sucesso, no processo de autonomia municipal. A CE-253 corta a sede do distrito. A indústria JBS – Couros está instalada entre este distrito e o município de Pacajus.


Praça do Mercado

JACARECOARA

Localiza-se a leste à margem esquerda do rio Choró, a 9 km da sede. Significa jacaré exposto (quarando) ao sol, alusão que os antigos moradores faziam aos jacarés que predominavam na foz do rio Choró. Foi criado em 25 de janeiro de 1910. Na praia da Barra Nova, no século XIX funcionou o Porto Cozinha ou Porto Pilão.

CAPONGA

Localiza-se ao norte, no litoral a 14 km da sede. Origem do Tupi Ka' á põga – pequeno lago de água doce formado no solo arenoso do litoral; ou linha de pescar com a bola na ponta, em vez de anzol (cf. : HOUAISS). O distrito de Caponga foi criado em 22 de novembro de 1951. Em 2009, a população mobilizou-se, sem sucesso, num processo de autonomia administrativa.

PITOMBEIRAS

Localiza-se no sul do município a 82 km da sede. No povoamento da região fazia-se referência a um "pé de pitombeira", lugar onde se arranchavam comboieiros e outros viajantes a caminho do sertão ao litoral. Foi criado em 25 de agosto de 1876 (Fonte: Cascavel Didático).


Câmara Municipal

Economia

O município era essencialmente agrícola até bem pouco tempo, situação que mudou com a implantação da Companhia Industrial de Produtos AlimentíciosCipa e da Cascavel Castanha de Caju Cascaju, empresa de beneficiamento da castanha de caju (importante item de exportação do Ceará), implantada pelo cascavelense Edson Queiroz e inaugurada em 1969.

Outras indústrias – setor secundário – de grande porte instalaram-se no município para o beneficiamento do couro: Bermas (1999-2007), Bracol (2007-2010), Eagle Ottawa (2007) e JBS – Cascavel Couros Ltda. (2011). Há também microempresários na confecção de roupas, que abastecem o mercado local, sul do país e até o mercado internacional. Há um grande incremento no setor terciário da nossa economia: comércio, bancos, escolas, administração, saúde. Lojas de eletrodomésticos, roupas e supermercados vêm incrementando o comércio no município.

Na fruticultura o município produz: abacaxi, abacate, acerola, ata, banana, cajá, caju, cana-de-açúcar, ciriguela, coco, goiaba, graviola, limão, mamã, manga, mangaba, maracujá, melancia, murici, pitomba, sapoti, tamarindo, entre outras.

O município produz ainda: milho, batata-doce, cera da palha da carnaúba, feijão, jerimum, macaxeira, mamona, mandioca e tem um representativo rebanho de bovinos, equinos, asininos, muares, suínos, caprinos, ovinos além da produção de leite, aves domésticas, frangos e ovos de granjas que abastecem outros mercados.

As praias, com hábeis jangadeiros, são abundantes em peixes de grande variedade, lagostas (segundo item de exportação do Ceará) e mariscos dos mangues.

Para o aproveitamento de alguns produtos, existem pequenas fábricas de aguardente, de farinha de mandioca e de rapadura. Os principais recursos minerais são o diatomito (fabricação de tijolo branco, tijolo industrializado com furos e telhas), o berilo o caulim (CASCAVEL DIDÁTICO, 2012). 



Rua Direita e o Prédio do Cinema

Artesanato e cultura

Visitando Cascavel não deixe de conhecer a Feira Livre de São Bento, segunda maior do Brasil, perdendo apenas para a de Caruaru no Pernambuco. Mais de 800 feirantes reúnem-se todos os sábados de manhã no centro da cidade. Lá você encontrará de tudo: do hortifrutigranjeiro a rapadura, da confecção a galinha viva, do eletrodoméstico ao artesanato local. Atualmente a prefeitura, em parceria com o BNB, está modernizando e padronizando as barracas da área destinada ao artesanato, mas com o tempo essa melhoria irá se estender a toda a feira.

O artesanato é um forte destaque de Cascavel. Na cidade, mais de 200 pessoas vivem da produção do artesanato de barro. No Sítio Boa Fé, distrito de Moita Redonda, 15 famílias produzem as mais variadas peças de cerâmica em uma técnica passada de pai para filho. As peças são vendidas em todo o Brasil e em países como Itália e Portugal. A família Muniz é uma das mais conhecidas, principalmente depois que passou a incrustar desenhos de renda nas peças. O barro utilizado como matéria-prima provém do rio Choró. O diferencial de qualidade nas peças produzidas em Moita Redonda, segundo contam, é o alisamento com a semente da Mucunã praticado pelos artesãos locais. Um dos frutos do artesanato da comunidade é a Orquestra de Barro, grupo musical formado só com instrumentos feitos do material.

Já na Comunidade da Bica, a arte é a confecção de móveis e objetos de decoração com o cipó-de-fogo. As peças são produzidas em sua maioria pelos homens, e o destaque na localidade é a família Silva. A atividade nasceu da produção de móveis e caçuás para os próprios moradores, e é hoje procurado por turistas brasileiros e estrangeiros. A produção inclui ainda jarros, objetos natalinos, porta-retratos, potes, luminárias, entre outros. O Polo de Artesanato de Cascavel está localizado no trevo da CE 040.

O casario colonial da cidade, datado do início do século passado, conta um pouco da história do próprio Ceará.



Fontes: Cascavel Didático - Edições Colégio Cascavelense e http://www.cascavel.ce.gov.br