Assim como no blog Fortaleza Nobre, vou focar no resgate do passado do nosso Ceará.
Agora, não será só Fortaleza, mas todas as cidades do nosso estado serão visitadas! Embarque você também, vamos viajar rumo ao passado!

O nome Ceará significa, literalmente, canto da Jandaia. Segundo o escritor José de Alencar, Ceará é nome composto de cemo - cantar forte, clamar, e ara - pequena arara ou periquito (em língua indígena). Há também teorias de que o nome do estado derivaria de Siriará, referência aos caranguejos do litoral.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Trairi Inauguração da Ponte Deputado Vilmar Pontes - Por Lucas Jr

Ponte Deputado Vilmar Pontes no dia da inauguração. Jornal Tribuna do Ceará - 17 jul 1961. 

16 de julho de 1961

Naquele domingo, a cidade amanheceu festiva, com seu povo eufórico, vestido com a melhor roupa, para subir o “Alto”, rumar para o Campo de Aviação e aguardar o governador. No caminho, porém, uma parada no monumento que tanto reivindicara, a ponte sobre o exuberante rio que a dignifica. Daquela edificação branca, com sessenta metros de comprimento por oito de largura, em concreto e com fundações em estacas pré-moldadas, as lembranças das travessias difíceis, das grandes cheias, contemplando os coqueirais e os morros que os cercavam. 

Pouso Complicado 

A ventania estava forte quando, às nove horas, avistou-se o “teco-teco”, que dava voltas em torno da pista improvisada, pois tinha dificuldades para aterrissar no “piper” de piçarra, a qual, apesar do susto, felizmente foi concluída sem acidente. Na comitiva, as maiores autoridades eram o governador do Estado, Parsifal Barroso, e o representante do Departamento Autônomo de Estrada e Rodagens (DAER), Caio Studart. Na recepção, o vigário da Paróquia de Nossa Senhora do Livramento e o chefe político de Trairi. Resolve-se, contudo, evitar as formalidades e um verdadeiro cortejo humano, autoridades e a comunidades, caminharam até o centro da cidade. 


Manchete do Diários Associados em 17 de jul  de 1961.

Passeata pela Cidade 

Sempre ao lado de Padre Alberto Viana e do presidente da Câmara dos Vereadores, José Granja Ribeiro, o chefe do Executivo estadual inaugurou a Ponte Deputado Vilmar Pontes, alusão ao político, de origem de Massapê, que encaminhou o projeto aprovado pela Assembleia Legislativa, viabilizando a obra, embora outros também viabilizaram recursos, como Eritides Martins e Perilo Teixeira, ainda que com divergências políticas. Lembrando que o médico Dr. Auricélio Pontes representou a família do deputado homenageado. 


O Governador Ora na Igreja 

Após a inauguração, a passos rápidos, dirigiram-se à Matriz do Livramento, onde o governador orou, segundo o próprio pedindo “por ele e pelo município”, terra em que estivera, quando, aos 25 anos, iniciava as carreiras de advogado e professor do Liceu do Ceará. Depois de ouvir os pedidos de Padre Alberto, constaram visitas ao Grupo Escolar Raimundo Nonato Ribeiro e à velha Cadeia Pública, em precárias condições, do lado direito do casarão dos Granja

Recitação e Reivindicações 

Já na residência de José Granja, o coral do Grupo Escolar recepcionou a comitiva com cânticos ensaiados por Dona Olga Ribeiro, Maestro Silva Novo, e pelas professoras. Algumas reivindicações foram feitas ao governador, que retribuiu os manifestos de carinho, prometendo reformar a Cadeia Pública (na verdade foi construída outra), reequipar a escolar e melhorar o acesso até o vizinho São Luís do Curu. Já a pequena Ângela Freire Ribeiro, filha de Zé Granjinha e de Olga Nunes Freire Ribeiro, recitou um belo verso, recebendo o carinho de Parsifal Barroso

Promessas 

O governador solicitou da prefeitura a indicação de uma área a ser doada e onde se instalaria uma unidade sanitária dentro das características propostas pela Secretaria de Saúde do Estado. Completou: 
“Não sabia que jamais havia estado em Trairi um governador. Somente agora posso medir esta alegria que, de fato, senti em todos os semblantes, esse abrir de corações que, por toda a parte, palpitou bem perto mim, fazendo-me o vosso contentamento. Assim, a data de hoje é histórica, porque é a primeira vez que um Chefe do Executivo vem a Trairi. E por que é essa data é histórica? Deve ser porque, como disse o vigário, Padre Alberto, a data que marca um nova vida , abrindo uma nova perspectiva, dando a todos a confortadora certeza de que os problemas de Trairi começaram a ser conhecidos e atendidos. Estabeleçamos aqui um pacto cordial e sagrado, de sempre marcharmos juntos para a conquista dos benefícios de que necessita esta terra generosa”

Passeata sobre a ponte.
Diários Associados - 17 jul 1961.
Tempos difíceis antes da ponte 

Conforme o historiador, Professor Batista Santiago, “havia um aparato artesanal com estrutura apenas de madeira. Era um grande jirau de carnaúbas. Sobre elas as pessoas atravessavam o rio, usando todo seu equilíbrio e com muito medo de facilitar e cair, principalmente quando o rio estava cheio. Era um risco tremendo. Imaginem como era complicado. Mas muita gente passava, levados por determinadas necessidades. Quem no inverno tivesse que apanhar transporte no outro lado do rio, tinha que caminhar pela antiga Rua dos Cururus (hoje Tolentino Chaves) até o local desejado. Muitos paravam na casa do saudoso Cortiço, cuja casa era a última da citada rua, nas proximidades do atual posto de gasolina. Cortiço era homem hospitaleiro e prosador. Dava gosto chegar à casa dele”

Caminhada pela Rua dos Cururus (atual Tolentino Chaves). Jornal O Estado de 18 de jul de 1961.

Grande cortejo rumo ao Centro.
Diários Associados de 17 de jul de 1961.
“Nesse tempo, grandes invernos em Trairi causavam transtornos. Quando algumas carnaúbas caíam danificando o processo de travessia, alguns passavam nadando ou segurando em uma longa corda amarrada de um lado a outro do rio, principalmente quem não tinha dinheiro para pagar aos donos de canoas. Contudo, existia pelo menos duas ou três canoas a serviço de quem podia pagar pela travessia. Imagino que os senhores José Florêncio (Zé Mugango) e Fransquim Maneco, eram donos de canoas que faziam esse serviço”

Da Igreja para o Grupo. Diários Associados 17 de  jul de 1961.

“Durante o período do verão, não precisava de ponte; o rio baixava o nível e até ficava seco naquele trecho, facilitando os pedestres, cargas de animais e algum jeep ou caminhão misto passarem tranquilamente. Já no inverno, nenhum veículo chegava às ruas de nossa cidadezinha. Todo veículo ficava do outro lado, precisamente nas proximidades da casa do Sr. Zeca Tibúrcio, onde, no período ficava localizada a Agência de venda de passagens. Que velho tempo!” 


Obs: As matérias publicadas nos jornais pesquisados não citam o nome do prefeito Antônio Silva. 


Lucas Junior é Professor, Coordenador do Acervo Lucas, Coordenador de Bibliotecas do Instituto Tonny Ítalo, escritor, pesquisador e memorialista. Membro do Conselho de Leitores do Jornal O Povo


Fontes: Jornais Correio do Ceará, O Estado e Tribuna do Ceará. 
Agradecimento: Professor Batista Santiago.

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Lei de Chico de Brito por Geraldo Duarte


Jamais lhes garanto ser história, tampouco estória. Entretanto e certamente, mais que lenda rezada e praticada. Principiada em nosso Ceará, a Lei de Chico de Brito corre Nordeste e, vez ou outra, aventura-se por regiões afora. Coronel Francisco José de Brito, cratense e pai do conhecido apresentador da Rede Globo Francisco José, é o personagem-autor dessa curiosa e popular “legislação”. Homem de temperamento forte, determinado nas atitudes, fazia-se muito respeitado nas propriedades e demais áreas citadinas. Quando falava era ordem e ninguém ousava sequer comentar ou opinar em contrário. A autoridade se revelava tamanha que, se “alguém perseguido pela polícia segurasse em uma estaca da cerca de suas terras, estava salvo.”. Os relatos sobre a temática respaldam-se nos artigos de Raimundo B. de Lima, na revista A Província, e Ivens Roberto de Araújo Mourão, no e-book Só no Crato...


O coronel Marcos Franco Rabelo (1851 – 1940) é eleito presidente do Estado em 1912, designando Chico de Brito – como tratado no Cariri – para intendente do Crato. O deposto fechou o prédio da Intendência e negou-se a transmitir o cargo. Chico, acompanhado de personalidades municipais, encontrando a porta principal do paço trancada, arrombou-a, adentrou e sentou-se na cadeira do gestor municipal. Assim, o ato representou, formal e praticamente, a posse. Pouco tempo depois, chega ao recinto o doutor Irineu Pinheiro, historiador e sobrinho do demitido, inquirindo ao novo dirigente: “Mas que lei é essa, me diga?”. Daí, o respostar austero veio de pronto: “É a Lei de Chico de Brito! Esta Lei eu mesmo fiz!”.


Geraldo Duarte 
(advogado, administrador e dicionarista).


domingo, 23 de outubro de 2016

Camocim - Início de um grande caminho



"O ancoradouro, denominado pelos nativos de Camocim, constou do levantamento cartográfico com o nome de Rio da Cruz ou Foz do rio Coreaú, no percurso extensivo ao atual Município de Granja.
Pero Coelho de Souza aos 19 de outubro de 1604 aportou no Ancoradouro do Rio da Cruz, sendo essas as primeiras referências que datam, quando cartograficamente identificou-se a nomenclatura costeira, a começar de Tutóia no Maranhão aos limites finais entre Ceará e Rio Grande do Norte, quando Pero partiu no dia seguinte rumo a Ibiapaba.


Em 1656, esteve em visita o Padre Antônio Vieira à Ibiapaba, e o Governador do Maranhão autorizou a construção de Forte em Camocim, na suposição de que os Índios Tabajaras não recebessem pacificamente o ilustre visitante. O Forte não passou de simples projeto. O novo aldeamento do Rio Cruz, instalado no extremo-sul da foz do Coreaú, se presume tenha sido no final da extensão Granja – Camocim, pois, no começo do Século XVII, o padre Ascenço Gago havia instalado várias tribos, retiradas da Missão da Tabainha, na foz do rio. A povoação dominada por índios Tremembés sofria assédios, por embarcações em tráfego querendo pousada. Assim nasceu Camocim que tem na Toponímia a seguinte tradução indígena: “Comucim = Buraco para enterrar mortos”.


Nascida no berço de Granja, Camocim que já tinha sido “Povoado Rio da Cruz” foi elevada à categoria de Vila por força da lei nº. 1.786 de 23 de dezembro de 1778, com o nome de Barra do Camocim, cuja instalação se deu em 8 de janeiro de 1783. Foram os estudos da Construção da Estrada de Ferro de Sobral em 1878 que motivou o desmembramento de Camocim da jurisdição de Granja, por conta da lei nº. 1.849 de 29 de setembro de 1879.



A primitiva capela, dedicada ao Bom Jesus dos Navegantes, teve início de obras em 1880, obedecendo a planta e orientação do engenheiro José Privat, responsável pela construção da Ferrovia Camocim - Sobral.
Com a EFS em pleno funcionamento com cargas e transporte de passageiros, numa perfeita conexão com a próspera cidade de Sobral desde 1882, o Presidente da Província cearense Henrique Francisco D'ávila, após a visita Ilustre do Conde D'eu (esposo da Princesa Isabel) e que esteve em Camocim, autorizou segundo a lei nº. 2.162, que aos 17 de agosto de 1889 Camocim se transformasse em Município.
Camocim que, teve todo o seu atrativo econômico concomitante com Aracati, tinha portos melhores do que Fortaleza.
Camocim, bem como os municípios vizinhos em direção à Sobral, e que eram servidos por ferrovia, foram bruscamente interrompidos com a erradicação de seu trem, assunto este que o leitor pode observar no Volume 01 no capítulo que fala sobre a Rede de Viação Cearense.
Mas o que é bonito deve ser conservado e, Camocim com a ilha do amor, e suas belas praias sobrevive tanto do turismo histórico e ecológico bem como da indústria e comércio.
Lá é a terra de Euclides Pinto Martins e de tantos ilustres; é só visitar e temos muitas histórias para se ouvir, e do trem nem falar, pois, o racional torna-se emotivo."

Assis Lima

terça-feira, 5 de julho de 2016

A Província do Ceará à época do 'Senador dos Bois'


Resultados da Seca de 1877... 
 

Contabilizando uma perda de mais de 52.000 irmãos cearenses, a terrível seca de 1877 dizimara também parte do rebanho bovino de nosso povo, inclusive, também, o do Senador Francisco de Paula Pessoa, o 'Senador dos bois'.

"A história da secas no Ceará,ou melhor,no Nordeste brasileiro,é uma triste expressão de sofrimentos,inenarráveis,de grandes prejuízos materiais e morais,de fatos e circunstâncias que transcedem a capacidade dominadora do homem civilizado..."

Thomaz Pompeu Sobrinho em seu Livro História das Secas,(pág.7,pars 1-5).


Tendo servido de residência do Governo do Ceará em Sobral (1840,por conta da passagem do Pe. José Martiniano de Alencar por Sobral), a construção da casa do 'senador dos bois' é uma história à parte... Construída entre 1831 a 1833, na Rua da Vitória, hoje Av.Dom José, e que veio à se chamar Rua Senador Paula, (alusão ao seu mais ilustre morador), fora adquirida por Dom José Tupinambá da Frota em 1916, quando serviu de palácio episcopal até 1934. Em 1925 o Bispo-Conde procedera uma reforma, o prédio tinha apenas um pavimento, quando é acrescido mais dois e mirante, para em 1934 ser doado às Filhas de Santana para colégio feminino,o Colégio Santana, mantendo seus traços arquitetônicos e finalidade até hoje. A mudança do comerciante Francisco de Paula Pessoa para Sobral fora apressada pela morte de Pessoa Anta,seu irmão,1825.

Colégio Santana. Crédito: Herlon Leão

Caso Pessoa Anta.

João de Andrade Pessoa,conhecido como Pessoa Anta, nome de rua na capital. Nela faleceu em 1825,(fuzilado no hoje Passeio Público junto ao sobralense Pe.Mororó por participar no levante Confederação do Equador, ordens diretas do Imperador Pedro I), irmão do Senador Francisco de Paula Pessoa.

A Alcunha 'Senador dos Bois'.
O rico e influente político granjense era esnobe, "frequentava com desenvoltura os salões do primeiro império, jogando cartas na casa do sogro do Duque de Caxias".

Herbert Rocha, em O Lado esquerdo do Rio. Editora Hucitec, Sobral 2003.(pág.122, pars 19-21).

Hugo Vitor Guimarães em seu Deputados Provinciais e estaduais do Ceará diz que, certa vez, para procurar uma ficha caída no assoalho, acendera no bico de gás uma nota de 500 réis; mas o apelido de 'senador dos bois' ganhou dos adversários políticos, não por seu vasto rebanho, riqueza ou influência política, mas por sua pouca instrução.

Vida Política.
Presidente da Câmara Municipal de Sobral (é bom lembrarmos que a figura do prefeito só veio a aparecer com a implantação da república,1889), portanto era a autoridade maior da Vila;vice-presidente da Província e Senador no segundo império, (tomou posse à 2 de dezembro de 1849, permanecendo até 1964, abandonando a vida política para cuidar da saúde).

Descendência Política.
O Senador Francisco de Paula Pessoa deixou uma descendência nobre, tendo um dos filhos - Dr. Vicente Alves de Paula Pessoa assumido cadeira no senado federal, mas o 'bastão' ele passou para um genro - Dr. Antônio Joaquim Rodrigues Júnior, o Conselheiro Rodrigues Júnior.

Morte do Senador.
Em 1879, 16 de julho, falecera em Sobral, em casa que construíra (hoje Colégio Santana), Francisco de Paula Pessoa, o 'senador dos bois';fora sepultado na Igreja Matriz da 'Terra de dom José', ao pé de uma das torres de sustentação do Templo Católico, tendo escrito com letras de ouro, sua biografia, nos anais da História de Sobral e do Ceará.

Bibliografia: ROCHA,Herbert.O Lado Esquerdo do Rio.Editora Hucitec São Paulo-Sobral,2003. AMARAL,Alberto.Para a História de sobral,Rio de Janeiro 1953 COSTA,Lustosa da.O Senador dos Bois.Edições UVA,Sobral. SOBRINHO,Thomaz Pompeu.História da Secas.Coleção Mossoroense,1982.

Texto maravilhoso de Santana Júnior 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Barbalha



Em 30 de agosto de 1838 é criado pela lei provincial n° 130 o Distrito de Barbalha, subordinado ao município do Crato. Em 17 de agosto de 1846, data de sua emancipação política, o então distrito é desmembrado do Crato e elevado à condição de vila com a denominação de Barbalha, pela lei provincial nº 374.

Em 30 de agosto de 1876 foi elevada à categoria de cidade pela lei nº 1740. Contava apenas com o distrito sede (Barbalha).

Pelo ato estadual de 15 de setembro de 1904, é criado o distrito de Cajazeiras e anexado ao município de Barbalha. Tal distrito recebe nova denominação em 30 de Dezembro de 1943 pelo decreto-lei estadual nº 1.114, passando a denominar-se Arajara. Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950, o município é constituído de dois distritos: Barbalha(sede) e Arajara, permanecendo desta maneira até 1991.

Em 23 de abril de 1991, é criado pela lei municipal nº 1.147 o Distrito de Estrela. Este é anexado ao município de Barbalha e em divisão territorial datada de 1º de junho de 1995, o município é constituído de 3 distritos: Barbalha (sede), Arajara e Estrela, permanecendo assim até o ano de 2005.

Pela lei municipal nº 1.499, de 28 de fevereiro de 2002, é criado o distrito de Caldas dentro município de Barbalha. Em divisão territorial datada de 2007, o município é constituído de quatro distritos: Barbalha (sede), Arajara, Caldas e Estrela.

Na Sede, os principais bairros são: Centro, Bairro do Rosário, Bairro de Fátima, Cirolândia (nome dado em homenagem a Ciro Gomes), Populares, Malvinas, dentre outros. No Distrito Estrela, há alguns sítios: Lagoa, Sítio Estrela, Novo Horizonte, Venha-Ver, Bulandeira etc.




As terras localizadas às margens do Riacho Salamanca, eram habitadas pelos índios Kariri, antes da chegada das Entradas no interior brasileiro durante o século XVII.

Os integrantes das entradas, militares e religiosos, mantiveram os primeiros contatos com os nativos, estudaram todas as regiões dos Cariri, catequizaram os indígenas e os agruparam em aldeamentos ou missões. Este contato entre exploradores e nativos repercutiu profundamente na formação cultural do lugar, principalmente no que tange à difusão de "entes do imaginário popular", tais como "papafigo, pai-da-mata, rasga-mortalha, almas do outro mundo, lobisomem, o diabo, entre outros".

Os resultados destes contatos e descobrimentos desencadearam notícias que na região existiria ouro em abundância e em seguida desencadeou-se uma verdadeira corrida para os sertões brasileiros, onde famílias oriundas de Portugal, sonhando com as riquezas de terras inexploradas e com a esperança de encontrar o minério, que as levariam a aumentar o seu patrimônio material, além de aumentar o seu prestigio pessoal com a corte portuguesa.

A busca do metal precioso, nas ribanceiras do Rio Salgado, trouxe para a região do Sertão do Cariri, a colonização e com consequência a doação de sesmarias, o que permitiu o surgimento de lugarejos e vilas. Deste contexto surge Barbalha, um núcleo urbano que cresce ao redor da capela de Santo Antônio fundada nas terras de Francisco Magalhães Barreto e Sá, que era descendente de Mem de Sá, terceiro Governador-Geral do Brasil.

Em 1926, passaram pela cidade Lampião e seu bando, que estavam a caminho de Juazeiro do Norte para integrar o Batalhão Patriótico. Por esta ocasião conversou com líderes locais e jornalistas.

Há registros de que a cidade, ainda em seu estágio embrionário, sofreu um saque empreitado por um grupo composto por, aproximadamente, 2000 jagunços, os quais pilharam os valores que encontraram, e atearam fogo em milhares de contos de réis, causando um impacto na economia local e impedindo o crescimento do lugarzinho, que desfrutava de relativa prosperidade. Houve, ainda, um segundo saque, mas bem depois do primeiro. Desta vez, o fato se deu quando da modificação do traçado da Rede de Viação Cearense (RVC). Todavia, em 1950, a ferrovia, enfim chegou, junto com a eletricidade, vinda de Paulo Afonso, em 1961. Assim, a cidade voltou a crescer.

Os padres salvatorianos tem destacada atuação no âmbito cultural e educacional da cidade, além do religioso. Por muitos anos dirigiram o Colégio Santo Antônio e coordenam os festejos de santo padroeiro no mês de junho. Dentre os religiosos dessa congregação estão Padre Agostinho Mascarenhas, Padre Mário, Padre Renato Simoneto, dentre outros. Padre Agostinho foi, além pároco, diretor do referido colégio, conselheiro e líder espiritual animando a vida religiosa quando convidou a Comunidade Católica Shalom para criar um núcleo em Barbalha. A julgar pela quantidade de referências presentes na cidade: Biblioteca Municipal Padre Agostinho, Rua Padre Agostinho Mascarenhas, Residencial Padre Agostinho, dentre outros, padre Agostinho deixou uma marca especial na cidade. O referido religioso está enterrado na Igreja Matriz de Santo Antônio.




O topônimo Barbalha é alusivo ao nome de uma moradora de um sítio da região cuja casa servia de albergue para tropeiros de gado que traziam os rebanhos de Pernambuco para passarem os períodos de estiagem na região da Chapada do Araripe. Por ser proprietária do principal ponto de apoio e hospedagem da região, tornou-se bastante conhecida por sua hospitalidade. Tal fato contribuiu para que a localidade herdasse seu nome.

A denominação original da cidade era Freguesia do Santo Antônio de Barbalha e desde 1838, Barbalha.

A uma latitude de 7° 18′ 18″ S e longitude de 39° 18′ 7″ W, está encravada aos pés da Chapada do Araripe e, junto com as cidades de Crato e Juazeiro do Norte, compõe o triangulo Crajubar na região do Vale do Cariri. Tem ao seu redor a FLONA (Floresta Nacional do Araripe). É, ainda, a terra natal do padre Monsenhor Murilo, do advogado Hermes Carleial e dos médicos Leão Sampaio, Mozart Cardoso de Alencar e Lyrio Callou, bem assim do geólogo e engenheiro Joaquim Francisco de Paula.




O comércio de Barbalha tem sua principal expressão na feira semanal que ocorre aos sábados, nas proximidades do Mercado Municipal, feira esta, onde se pode encontrar desde frutas e legumes, cereais e outros gêneros alimentícios até artigos em couro e vestimentas. Diversas barracas e camelôs se espraem pelas ruas, o que de forma colateral, gera grande quantidade de lixo.

Quanto ao comércio formal, podem ser citadas como principais pontos os seguintes locais: Rua do Vidéo, Rua Princesa Isabel, Rua Pero Coelho, Neroly Filgueira e Rua Cel. João Coelho (CE-060).




Tida como uma cidade dedicada à instrução dos seus cidadãos, Barbalha possui esta vocação desde tempos remotos.

A história educacional de Barbalha tem seu nascedouro em 1889, quando foi fundado o Gabinete de Leitura de Barbalha, sociedade filantrópica que visava oferecer educação de qualidade aos pobres. Foi responsável pelos estudos primários de muitos cearenses de renome.

Em 1903, houve a fundação do Colégio Leão XII, por iniciativa do Juiz de Comarca Manoel Soriano de Albuquerque, com padrões de ensino equiparadas às instituições das grandes cidades à época, no intuito de garantir a formação dos filhos dos grandes proprietários de terra. Este homem, a propósito, teve grande participação na formação da estrutura educacional de Barbalha, tanto que além do feito acima mencionado, também inaugurou o Colégio Coração de Maria, instituição dedicada à instrução para moças.

Com o intuito de erradicar o analfabetismo, foi fundada em 1917 a Liga Barbalhense Contra o Analfabetismo seguindo uma tendência social da época. A liga manteve, desde sua fundação, duas escolas que funcionaram até pouco tempo, cedendo suas aulas à rede pública de educação.

Por iniciativa do Governador Justiniano de Serpa foi criado em 1923 o Grupo Escolar de Barbalha, hoje EEM Senador Martiniano de Alencar.




Em 1945 foi fundado o Centro de Melhoramentos de Barbalha, entidade beneficente, não governamental, com o ideal de pleitear melhorias para a cidade. Sentindo a necessidade da existência de instituições particulares que cuidassem da educação moral e científica da juventude barbalhense, foram fundados os colégios Nossa Senhora de Fátima e o Ginásio Santo Antônio. Providenciais são as palavras de Antônio Lyrio Callou sobre o Centro de Melhoramentos de Barbalha:

Ressente-se a nossa terra da falta de tudo isto, e uma das grandes lacunas é a ausência de um estabelecimento de ensino secundário, onde eficientemente seja ministrado à nossa juventude o curso de humanidades. Dezenas e dezenas de estudantes de ambos os sexos frequentam cursos em várias cidades deste e de outros Estados, com dispêndio muitas vezes, oneroso a economia dos pais [...]

O Colégio Nossa Senhora de Fátima foi entregue à direção das madres Beneditinas e se prestava à educação feminina. Contava com um internato e recebia alunas de várias cidades da região, bem como de outros estados. O Ginásio Santo Antônio, dirigido pelos padres Salvatorianos, educava o juventude do sexo masculino e também recebia alunos de várias cidades e estados vizinhos. Com o passar dos anos, o regime de internato nas duas instituições foi extinto, tornando-se, ambas, escolas mistas. Em pleno funcionamento, são tidas como umas das mais tradicionais instituições de ensino particulares da região. Também pode-se mencionar o Colégio Lyrio Callou, originalmente Centro Educacional Lyrio Callou, nascido a partir do Gabinete de Leitura, já mencionado. Passou a ter o nome que hoje ostenta em 15 de abril de 1975.

A rede pública de educação é extensa e conta com várias escolas de educação infantil e fundamental na sede do município, distritos e localidades, além das escolas estaduais de nível médio. A cidade conta, ainda, com escolas técnicas de educação profissional, com destaque para o Liceu de Barbalha que oferece vários cursos técnicos, dentre eles: técnico em enfermagem e informática.




Por conta de sua vocação para as ciências da saúde e por ser cidade polo na prestação de serviços nesta área a cidade abriga, desde 2001, o curso de medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) na região do Cariri. Houve grande pressão de grupos de alto escalão do Governo do Estado, no sentido de levar o curso para o Município de Juazeiro do Norte, tendo em vista o número, à época, 3 vezes maior, de eleitores, mas com força, Barbalha conseguiu vencer a batalha.

A Escola de Artes Reitora Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau foi inaugurada no dia de 29 de novembro de 2008, e passou a funcionar regularmente no Casarão-Hotel. Esta instituição é vinculada à URCA. Todavia, a despeito de seus serviços prestados à sociedade barbalhense e sua enorme contribuição ao cenário cultural desta Cidade, sua sede foi transferida para Juazeiro do Norte em 2011, embora não sem resistência por parte da categoria jornalística barbalhense e de vários cidadãos que não queriam perder este verdadeiro patrimônio. São ofertados, ainda, cursos superiores à distância de duas instituições privadas de ensino.




Há, em Barbalha, Destacamento da Polícia Militar do Estado do Ceará, vinculado à 1ª CIA do 2º Batalhão de Polícia Militar-BPM (Quartel em Juazeiro do Norte) do Comando de Policiamento do Interior-CPI, bem como duas viaturas do Ronda do Quarteirão. Outrossim, existe Delegacia Municipal da Polícia Civil, vinculada à 20ª Região. A Cadeia Pública de Barbalha antes funcionava na Casa de Câmara e Cadeia (Palácio 3 de Outubro), prédio bastante antigo, cuja construção remonta à grande seca de 1877 e que desabou em 2004, em consequência do grande volume de chuvas. O Município permaneceu quatro anos sem cadeia pública, até que, em 2008 foi inaugurado novo prédio destinado a servir para o funcionamento daquela. Não há posto do Corpo de Bombeiros.


Rua do Vidéo

Na rua do Vidéo, encontra-se academia de musculação, loja de móveis, mercadinho, lojas de roupas, restaurantes e lanchonetes, sendo que devido a estes dois últimos, apresenta grande movimentos aos sábados à noite, já que se pode encontrar música ao vivo e diversão após a semana de trabalho.

Rua Princesa Isabel

É uma Rua bastante valorizada do ponto de vista comercial, já que, embora apresente diversos estabelecimentos, tais como supermercado, mercadinhos, agência do Banco do Brasil, Hospital, lojas de roupas e artigos diversos, fica próxima do local onde se dá a feira semanal, o que incrementa ainda mais o movimento, além do que fica próxima ao terminal rodoviário e abriga o Paço da Prefeitura.




Por situar-se na encosta da Chapada do Araripe, a cidade conta com uma vasta área de floresta nativa repleta de fontes de água mineral e trilhas ecológicas. Além da área de proteção ambiental da Chapada do Araripe, reservas ecológicas particulares são encontradas em todo o pé da serra na cidade conferindo proteção e preservação ao importante ecossistema da flora e fauna regional, inclusive para espécies ameaçadas de extinção.

  • Parque ecológico do Riacho do Meio: Abriga um sítio ecológico do Geopark Araripe onde se encontram fontes e bicas de água mineral e trilhas demarcadas para visitação. Não é necessária autorização prévia para a visitação do local, mas se indica companhia de guia turístico, a despeito da sinalização nas trilhas ser boa, suficiente e estar em bom estado de conservação.

  • Balneário do Caldas: Situado no distrito de Caldas a mais de 700 metros de altitude, é um local de lazer com piscinas, cascatas, restaurantes e quadras esportivas. A Estância hidromineral possui duas fontes naturais de águas termais. Chalés de veraneio e o Hotel das Fontes completam a estrutura do Balneário.

  • Arajara Park: Localizado no distrito de Arajara, o parque temático está a 920 metros acima do nível do mar. Piscinas, toboáguas e equipamentos de lazer além de restaurante e bares estão à disposição do turista e da população local. Conta, ainda, com uma reserva particular que possui trilha ecológica aberta à visitação. No passeio é possível observar o Soldadinho do Araripe, ave típica da região, em seu habitat natural. A trilha termina na Gruta do Farias, uma das principais fontes de água mineral da Chapada do Araripe. Foi inaugurado em 21 de abril de 2002 e licenciado pela SEMACE e IBAMA.



Quanto ao Arajara Park, houve vozes dissidentes quando na fase de construção, visto seu alto grau de impacto ambiental, causada pela drástica alteração no cenário natural da localidade e pelo fluxo de pessoas e veículos no local .

Todavia, segundo a administração do parque, em seu próprio site, a construção do empreendimento foi benéfica, tanto para as pessoas, como para o ambiente natural, já que, antes da obra, havia muitas roças no local, feitas sem as devidas técnicas de plantio e preservação, além de corte de lenha, caça e outros fatores. Ainda segundo tal informação, hoje há diversos projetos de preservação, principalmente da mata ciliar.

Barbalha se destaca na região por possuir um vasto e preservado sítio arquitetônico composto por diversos prédios públicos e particulares, o que atrai estudiosos e interessados no turismo histórico. Contando com cerca de 40 prédios, o casario do Centro Histórico de Barbalha se caracteriza pela arquitetura do período imperial com prédios construídos nos séculos XVIII e XIX.

O Centro Histórico de Barbalha se localiza no centro da cidade, numa área que compreende aproximadamente 20 ruas. Seus limites vão desde o entorno do largo do rosário até o largo do Colégio Nossa senhora de Fátima e da Rua do Vidéo à Praça Engenheiro Dória (Estação). Além das históricas Igreja Matriz de Santo Antônio e Igreja de Nossa Senhora do Rosário, prédios como o antigo Casarão Hotel e Palácio 3 de Outubro fazem parte da composição.

Segue tramitando no IPHAN o processo de inventário e tombamento do centro histórico de Barbalha, que, em 2012, recebeu investimentos do poder público, sendo lançada ordem de serviço para início das obras de revitalização. O Processo de restauração urbanística terá início com a padronização do calçamento em paralelepípedo rejuntado e seguirá com outras etapas posteriormente.


Fontes: Wikipédia, Página da prefeituraPágina da câmaraMapa de BarbalhaMapa de BarbalhaPágina do IBGEPágina do CearáPortal da CidadeEscola de Artes Reitora Violeta Arraes de Alencar GervaiseauFarmace e O Sertão Ontem.


Fotos: Recebi do amigo Agnello Bernardo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Acaraú - Terra da lagosta


Vista parcial da cidade de Acaraú em 1948.

Vista panorâmica da cidade -->

Acaraú está localizado próximo à foz do rio Acaraú e a a 255 km de Fortaleza, com acesso pela rodovias: CE-085, BR-222, CE-354 e pelas BR 402 e 403.
A cidade é a maior produtora de lagosta do Brasil.

Grupo Escolar Pe. Antonio Tomaz na déc. de 50

Construção do Mercado Público de Acaraú.

Foto de 1948

Ao lado vemos a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição na década de 50.

A origem do topônimo "Acaraú" é indígena e existe pelo menos duas hipóteses sobre seu sentido:
Primeiro, que seria resultado da fusão de acará (garça) e hu (água), significando, portanto, "rio das garças" (Paulinho Nogueira);
o topônimo "Acaraú" é de origem tupi, sendo resultado da fusão deakará (cará) e 'y (rio), significando, portanto, "rio dos carás" 
A história de ocupação do território do delta do rio Acaraú pelos índios tremembés começou antes da chegada dos portugueses à região, no século XVI.

Vista parcial da cidade de Acaraú em 1948

Os portugueses fizeram um reconhecimento completo da região, bem como a usaram como base de apoio para a ocupação do litoral e como base de apoio para confrontos militares com os franceses, que ocupavam o Maranhão. Deste momento histórico existem várias cartas topográficas datadas dos séculos XVII.

Praça Padre Antônio Tomás em 1948

Praça Coronel Francisco Louzada

Praça Coronel José Filomeno

Em 1608, instala-se e fixa-se o primeiro povoamento português desta região que foi a "Aldeia do Cajueiro" (hoje Almofala), um aldeamento de índios criados por iniciativa dos Jesuítas. Já o início do povoamento e a implementação econômica às margens do Rio Acaraú pelos portugueses aconteceu com a chegada de fugitivos das guerras com os holandeses oriundos de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte no século XVII; através das entradas dos Sertões de Fora; com a instalação da pecuária e a produção do charque na capitania do Ceará,no século XVIII.

Porto de Acaraú em 1948

Parque infantil

O primitivo núcleo da Barra do Acaracu serviu de ancoradouro a pequenas embarcações e, depois, passou a chamar-se Porto dos Barcos de Acaracu. É o marco inicial do que, mais tarde, viria a ser a cidade de Acaraú. Antes do povoado da Barra do Acaracu, alguns quilômetros ao norte e também à margem direita do rio, que ficou conhecido como Presídio.

Posto de saúde de Acaraú

Escola Normal Virgem Poderosa em 1984

No século XVIII, em 22 de setembro de 1799, o povoado foi elevado à categoria de distrito de Acaracu da vila de Sobral. Já sua elevação à categoria de vila do Acaracu, com o distrito já desmembrado da jurisdição de Sobral, ocorreu segundo Lei 480, de 31 de julho de 1849, tendo sido instalada a 5 de fevereiro de 1851. A fundação do município de Acaraú data de 31 de julho de 18496 . O título de município, já com a denominação atual de Acaraú, ocorreu segundo Lei 2 019, de 19 de setembro de 1882.

A freguesia foi criada pelo decreto geral de 5 de setembro de 1832, com a transferência para a povoação da Barra do Acaraú da freguesia da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Almofala, antiga missão dos índios tremembés.
Unidade de saúde da Fundação Sesp em 1984

Prefeitura Municipal de Acaraú em 1984.

O município tem 4 distritos: Aranaú, Juritianha, Lagoa do Carneiro e Santa Fé. As localidades mais conhecidas são: Castelhano, Medeiros, Carrapateiras, Lagoa da Volta, Morgado, Cauassu, Curral Velho, Macajuba, Cajueiro do Boi, Celsolândia, Córrego das Varas, Ilha do Rato, Córrego de Ana Veríssimo, Almécegas, Córrego da Rola (Córrego da Esperança), Cachorro Seco, Mirindiba, Barrinha, Coroa Grande, Arpoeiras, Volta do Rio, Farol, Guajiru, Espraiado, Sítio Alegre e Ilha dos Coqueiros.



Crédito: Wikipédia e fotos do acervo IBGE