Prefeitura de Acopiara - Crédito da foto
O povoamento da Região compreendida nos limites atual do município de Acopiara começou no século XVIII com a concessão em 4 de julho de 1719, de uma sesmaria pelo Capitão-Mor Salvador Alves da Silva, ao Alferes Antonio Vieira Pita, sua petição foi feita pelo Escrivão das Datas, Manoel de Miranda, Salvador Alves da Silva, "Cavalheiro professo da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, Capitão Mayor da Capitania do Ceará Grande", que achou por bem conceder todas as terras pedidas, com todas as suas águas, campos, matas, testados logradouros e animais úteis que se acharam dentro daquelas terras.
Após a concessão feita pelo Capitão-mor Salvador Alves da Silva ao Alferes Antonio Vieira Pitta, foram chegando os primeiros povos como da família Pereira da Silva, para habitarem Acopiara. Por se tratar de excelentes terras de ribeira, foram as primeiras famílias afluindo à zona e fixando-se visando as melhores propriedades, através de uma agricultura bastante compensadora.
Teatro de Acopiara - Crédito da foto
Com a inauguração da Estação Ferroviária Rede Viação Cearense, em 10 de julho de 1910, Lages passou a ter um maior desenvolvimento superando logo os núcleos de Bom Sucesso e São José, que mais adiante vieram se chamar respectivamente Trussu e Quincoê. Através de Ato Administrativo do Brasil, em 1911, o Distrito de Lages figurava ligado ao Município de Iguatu. Através do recenseamento Geral de 1920, Lages foi desmembrada de Iguatu e elevada a categoria de município em 28 de setembro de 1921, através da Lei Nº 1.875, onde governou Celso de Oliveira Castro até 3 de outubro de 1930, o primeiro Prefeito.
Rio Quincoê - Crédito da foto
Igreja matriz de Acopiara - Crédito da foto
Com a criação do Município, Dom Quintino Rodrigues de Oliveira, o 1º Bispo do Crato, criou a Paróquia de Lages, isto acontecendo em meados do mês de outubro de 1921. Com a sua fundação a Paróquia era ligada ao Bispo do Crato, e recebeu como Padroeira Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, sendo nomeado o Primeiro Vigário Padre Leopoldo Rolim. A Igreja Matriz representa um dos mais belos templos do Interior do Estado, ainda naquela época, o seu teto era coberto por uma pintura retratando o céu, com as nuvens e estrelas.
Praça em Acopiara - Crédito da foto
Como em muitas cidades do interior do Ceará, Acopiara tem em sua produção agrícola, a maior fonte de renda, muito embora, pode-se verificar que a agricultura se apresente ainda na sua maioria como de subsistência de pequenos produtores. Destaque para o ramo aviário, que nos últimos anos cresceu, sendo um dos maiores da região tendo bastante visibilidade através da grande expansão da granja Herbster.
Cachoeira Montemo - Crédito da foto
Cidade de Acopiara - Crédito da foto
Em 1910, ao completar 20 anos, Chico Guilherme, com o mesmo espírito empreendedor do pai, desembarcou de trem em Lajes, hoje Acopiara, e comprou bastantes terrenos, tempos depois em um leilão na comarca de Iguatu “arrematou todo o terreno chamado Lajes” (ou seja, podemos dizer que Ele foi dono de Acopiara). Em um desses terrenos construiu e abriu a primeira loja de tecidos do então povoado com o nome Casa São Francisco, tornando-se assim o primeiro empresário do local, loja essa que ficava na rua conhecida antigamente como Beco do aperto, onde funcionou o Mercantil de seu Alcebíades, hoje Rua Manoel Ferreira Lima, lado sul do atual Mercado Central.
Em 23 de setembro de 1911, Francisco Guilherme Holanda Lima, casou-se com a senhora Almerinda Gurgel Valente, que após o casamento passou a assinar o nome Almerinda Gurgel de Lima, depois ficou conhecida carinhosamente como D. Neném, “Tia Neném” e Vovó Neném.
Almerinda era filha de Henrique Gurgel do Amaral Valente, o “vovô do Rio” e Joana Gondim Valente. Dessa união nasceram 14 filhos: Teodelina, Antônio Guilherme, Pedro Guilherme, Adelaide, José Guilherme, Maria, Rosmarie, Madalena, Terezinha, Luiz Guilherme, Francisco Guilherme (I), Francisco Guilherme (II), Joana (Janete) e Raimundo Guilherme. (este ultimo, meu pai).
Com o espírito empreendedor, Chico Guilherme abriu a primeira indústria de compra, venda e beneficiamento de algodão, a Usina São Francisco, localizava-se na Rua Santo Dumont com Cazuzinha Marques. Que mais tarde se transformou na Exportadora Cearense, vendida ao seu cunhado Francisco Gurgel Valente e depois vendida ao saudoso Chico Sobrinho – Pai do atual Prefeito Antônio Almeida Neto, que se chamava Usina de Algodão e Óleo São Francisco, e hoje, no novo local da referida usina, funciona uma Fabrica de Sabão e a Usina Ric Bil.
Com os negócios prosperando, vovô Chico, tornou-se proprietário de várias fazendas de gado, plantio de algodão e outras lavouras, escolhendo, dentre elas, o sítio Catanduva como ultima morada, e imediatamente como empresário e fazendeiro recebeu o título de Coronel.
No desejo de ver o progresso chegar a esta cidade o então Coronel Chico Guilherme entregou seus terrenos (de mão beijada) com gratuidade e estratégica para que a cidade se desenvolvesse de forma harmoniosa, simpática e acolhedora.
Doou um de seus terrenos para a construção da residência do primeiro Juiz de Direito de Lajes o senhor Quintinho Cunha. Foi o Juiz Quintino Cunha quem sugeriu ao vovô Chico a dar à filha que nascera em 1923, o nome de Rosmarie, hoje viva e aqui presente, mãe da Dra. Rosa – 1ª Dama do Município de Acopiara. Por isso a tia Rosmarie foi escolhida para receber, representando seu pai Francisco Guilherme Holanda Lima, essa tão justa comenda.
Doou o terreno para a construção da Praça da Matriz, da Igreja Matriz Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, da Casa Paroquial, do Centro Social, do Cemitério.
Doou ainda os terrenos para a construção dos Correios, da Teleceará, do Clube Social de Acopiara, do Prédio da Associação Comercial, Hoje ONG Raízes, da Praça dos Leões, hoje o Pólo de Lazer.
Doou também o prédio para a construção da Coletoria Municipal, Hoje Secretaria Municipal de Administração e Finanças, doou terreno para a construção do Grupo Escolar Pe. João Antônio...
...Doou terrenos ainda para construções de vários prédios comerciais na Rua Marechal Deodoro, dentre outras ruas, e ainda doou terrenos para construções de várias casas residências na Avenida Cazuzinha Marques, onde esta era conhecida, na sua época, como “Rua dos Guilhermes”, pois, era nessa Avenida que ficava a residência oficial do casal, precisamente a mansão de nº. 160, que foi demolida e hoje funciona o Mercantil Albuquerque.
Por fim, meus caros empresários e familiares aqui presentes, Francisco Guilherme Holanda Lima, não exerceu mandato político, TALVEZ SEJA POR ISSO, QUE ATÉ A PRESENTE DATA NÃO TEM NADA EM ACOPIARA COM O NOME DELE! Mas Ele foi a “alma viva” do progresso de Acopiara. Era conservador, mas não reacionário. Fidalgo, cordato, educado, fino, nobre nas atitudes. Dizer que pertencia à nobreza é uma injustiça, se tomarmos o conceito europeu e clássico de nobreza. Era burguês, sim, mas não era arrogante nem prepotente. Era manso. Não era culto, mas ético, educado, empreendedor, cidadão informado e atualizado com o mundo que o cercava, digo, até, a frente do seu tempo.
“Impossível é andar em Acopiara sem que não tenha de pisar em terra dada, de mão beijada, à comunidade pelo Coronel Chico Guilherme!” (Waldir Sombra).
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