Médico sanitarista, intelectual, industrial e divulgador científico nascido em Salvador, Estado da Bahia, de extremo espírito público e inventivo, inventor da cajuína¹, não só do produto, como também do nome. Cedo ficou órfão, tendo de trabalhar como caixeiro e suportar humilhações, veio para o Ceará com apenas 15 dias de idade. Formou-se em Farmácia pela Faculdade de Medicina da Bahia, empreendeu uma batalha pessoal contra a varíola, lutando contra o medo da vacina, sem recursos, em tempo de seca, fome, da migração em massa e em péssimas condições de higiene. Sem apoio do poder público, enfrentou praticamente sozinho, em duas oportunidades, epidemias de varíola que vitimou milhares de pessoas em Fortaleza e interior do Ceará, no final do século XIX e início do século XX. Montado em um cavalo, cuidou sozinho da vacinação em massa pelos bairros pobres de Fortaleza durante os três primeiros anos do século XX. A cólera vitimou quase um terço dos seis mil habitantes de Maranguape, cidade nas cercanias de Fortaleza (1862) e no final da década seguinte (1878), a varíola matou um quinto da população da capital cearense. Vacinou próximo de duas mil pessoas (1902), não sendo registrado nenhum caso de varíola na capital cearense naquele ano. Obstinado ainda encontrou tempo para escrever 28 livros, aderir à causa abolicionista e militante na Padaria Espiritual, uma espécie de agremiação literária que, pelo comportamento irreverente de seus membros, antecipou o modernismo no Brasil. Faleceu em Fortaleza em 2 de julho de 1932 aos 79 anos.
Filho do Dr. Marcos José Teófilo, médico, e de D. Antônia Josefina Sarmento Teófilo. Nasceu em Salvador (BA), a 6 de maio de 1853, e faleceu em Fortaleza, no dia 2 de julho de 1932. Foi romancista, contista, naturalista, historiador e político. Passou quase toda sua vida no Ceará exercendo atividades de escritor e cientista, merecendo por isso ser considerado cearense, como era seu desejo.
Pobre e órfão, foi educado pelo Barão de Aratanha que o matriculou no Ateneu Cearense, contudo, deixou os estudos para ser caixeiro viajante. Formado farmacêutico, em 1875, pela Faculdade de Medicina da Bahia, estabeleceu-se no Ceará, desenvolvendo logo o pendor para o cientificismo característico na sua obra. Diplomado, dirigiu uma farmácia em Pacatuba, depois na capital. Foi mais tarde professor de ciências naturais na Escola Normal e membro de diversas sociedades culturais. Sua obra ficou marcada pelo exagero em que é mostrada a seca no nordeste e os tipos flagelados caracterizados com excesso.
Depois de assistir o descaso da administração pública frente à grande epidemia de varíola de 1878 no Ceará, Rodolfo Marcos Teófilo decide iniciar uma campanha de vacinação contra a doença. Aprendeu a fabricar a vacina e, em 1901, usando para isso seus próprios recursos financeiros, passou a vacinar o povo com ajuda de sua mulher e um criado. Os únicos limites à sua filantropia foram a falta de recursos e infra-estrutura, problemas que tentou contornar criando uma pequena industria, cujos lucros foram utilizados para a construção de seu instituto vacínico – “Vacinogênio Rodolpho Teophilo”. Conforme seus próprios relatos, andava pelos subúrbios, de casa em casa, de palhoça em palhoça, vacinando as pessoas. Somente mais tarde criaria a Liga Cearense Contra a Varíola, contando então com voluntários em praticamente todo o interior do estado na luta contra a doença².
Um homem contra um poderoso vírus - O Poder e a Peste
Morro do Moinho - Rodolfo Teófilo vacinando a população contra a varíola - Arquivo Nirez
O pai de Rodolfo Teófilo, Dr. Marcos José Teófilo, que residia em Aracati, foi chamado com urgência pelo governo da capital para fazer parte de uma comissão de combate a febre amarela, cuja epidemia se alastrava no ano de 1852. Em um jornal da época, o médico José Lourenço afirmou que a peste teria acometido 8 dos 15 mil habitantes da cidade, atingindo tanto a periferia quanto a parte nobre da cidade.
A comissão seria formada por ele e pelos únicos dois médicos que existiam então em Fortaleza, justamente o Dr. José Lourenço e Dr. Castro Carreiro, que era homeopata, e foi mais tarde senador do império. A área que Marcos José ficou responsável foi a que ia de Maranguape a Baturité, enquanto os outros dois ficaram com a capital e seus arredores e o litoral, respectivamente, enquanto o restante do interior ficou à míngua.
Até então existiam duas teorias para explicar o contágio pela doença. A primeira atribuía sua transmissão a um ‘’veneno invisível e contagioso’’, recomendando por isso o isolamento dos doentes. Já a outra teoria dizia que a doença era causada pelos ‘’miasmas’’, substâncias que pairavam no ar e eram resultado de matérias orgânicas animais e vegetais em putrefação. Recomendava, assim, o aterramento de pântanos, mangues e fios de água a céu aberto.
O Dr. Marcos José via sentido nas duas hipóteses, principalmente na segunda, pois havia observado que o número de casos da doença eram bem maior no período chuvoso. Ele não conseguiu, porém, convencer o Presidente da província de sua tese, que, por aproximação, estava correta. Somente em 1881, o cientista cubano Carlos J. Finlay descobriu que a transmissão da febre amarela se dava por meio da picada do mosquito Aedes Aegypti, que coloca seus ovos em água parada. A tese, porém, foi desacreditada, tendo sido comprovado somente em 1901, por cientistas americanos.
Finalmente, em 6 de maio de 1853, nascia, em Salvador, Rodolfo Teófilo. Os pais levaram-lhe para nascer na capital baiana pelas melhores condições de assistência que oferecia ao parto, já que a cidade possuía a essa altura a melhor Escola de Medicina do país. Além disso, foi lá que Marcos José se formou, tendo, portanto inúmeros colegas que poderiam lhe prestar assistência, pois a saúde de Josefina era frágil. Passado pouco mais de um mês do nascimento de seu primogênito, eles já estavam de volta ao Ceará.
Josefina, entretanto, acabou falecendo em 1857, de causa desconhecida. Deixou o primogênito Rodolfo órfão, além de duas meninas, Flora e Florisbela. Marcos José casou pouco tempo depois com a cunhada Guilhermina, que lhe deu mais três filhos: Afonso, Júlia e Laura.
Em seu romance Violação, Rodolfo dá pistas de uma possível quinta irmã. Ele narra o episódio de um nascimento em uma família atingida pela epidemia de cólera, o qual Lira Neto julga possivelmente ser autobiográfico.
Em 1862, durante a epidemia da doença em Fortaleza, todos na casa do futuro farmacêutico caíram doentes. Até mesmo Guilhermina, que estava grávida e acabou entrando em trabalho de parto ainda acometida pelo cólera. Rodolfo era o único que não tinha ficado doente, e teve que cuidar sozinho de toda a família. Sua pequena irmã, entretanto, acabou falecendo pouco depois de nascer e ele, aos nove anos, teve que cuidar do enterro da menina. No livro Violação, o escritor Rodolfo Teófilo narra as agruras pelas quais o menino passou, tendo que atravessar a cidade deserta por causa da epidemia e encontrar os montes de cadáveres se aglomerando no cemitério da cidade, porque o número gigantesco de mortes diárias não dava mais tempo para as devidas cerimônias.
Josefina, entretanto, acabou falecendo em 1857, de causa desconhecida. Deixou o primogênito Rodolfo órfão, além de duas meninas, Flora e Florisbela. Marcos José casou pouco tempo depois com a cunhada Guilhermina, que lhe deu mais três filhos: Afonso, Júlia e Laura.
Em seu romance Violação, Rodolfo dá pistas de uma possível quinta irmã. Ele narra o episódio de um nascimento em uma família atingida pela epidemia de cólera, o qual Lira Neto julga possivelmente ser autobiográfico.
Em 1862, durante a epidemia da doença em Fortaleza, todos na casa do futuro farmacêutico caíram doentes. Até mesmo Guilhermina, que estava grávida e acabou entrando em trabalho de parto ainda acometida pelo cólera. Rodolfo era o único que não tinha ficado doente, e teve que cuidar sozinho de toda a família. Sua pequena irmã, entretanto, acabou falecendo pouco depois de nascer e ele, aos nove anos, teve que cuidar do enterro da menina. No livro Violação, o escritor Rodolfo Teófilo narra as agruras pelas quais o menino passou, tendo que atravessar a cidade deserta por causa da epidemia e encontrar os montes de cadáveres se aglomerando no cemitério da cidade, porque o número gigantesco de mortes diárias não dava mais tempo para as devidas cerimônias.
O restante da família sobreviveu à peste, mas seu pai acabou falecendo dois anos depois, em 1864. Rodolfo, aos onze anos de idade, foi estudar como aluno interno no Atheneu Cearense, sendo bancado pelo marido da tia Maria do Carmo Teófilo, o senhor José Antônio da Costa e Silva.
Ele ganha destaque na turma, e aos treze anos começa a dar aulas no colégio em troca de uma bolsa de estudos. Nesse período foi colega de Capistrano de Abreu, do qual se aproximou bastante, além de ter sido contemporâneo de Domingos Olímpio, Paula Ney e Rocha Lima.
Aos quinze anos, entretanto, sobrecarregado por ter que ensinar e estudar ao mesmo tempo, seu rendimento cai e acaba sendo reprovado no exame para a última série. O tio cansa de lhe sustentar e força-lhe a interromper os estudos para ir trabalhar no estabelecimento comercial de José Francisco da Silva Albano, futuro Barão de Aratanha.
Rodolfo trabalhava o dia todo, e durante o primeiro ano não recebeu salário algum, apenas um lugar para comer e para dormir. Nessa época de apaixonou pela filha do presidente da província, informação novamente tirada de um de seus romances, O Caixeiro, o qual também se acredita autobiográfico. O romance nunca chegou a se concretizar.
Enquanto isso ele começou a estudar no período da noite com o Dr. Arcelino Queiroz, um dos donos do Colégio Praxedes & Queiroz, se preparando com sacrifício para prestar exames para alguma Universidade.
No ano de 1869, cai enfermo e volta a morar com a família. Se recupera Recupera-se em Pacatuba, na casa de um amigo da família que futuramente ainda lhe ajudaria muito, o Dr. Henrique Gonçalves da Justa. Ao voltar para o trabalho de caixeiro, começa a produzir, sozinho, nos fundos da loja, um tipo de tinta para marcar sacas de algodão. O produto faz sucesso, desbancando o único concorrente da cidade, e Rodolfo consegue juntar alguns trocados.
Com esse dinheiro e mais uma subvenção de quinhentos mil reis anuais, conseguida com a Assembléia Provincial através do amigo Henrique da Justa, foi para Recife prestar o exame de línguas para adentrar o curso de Farmácia na Faculdade de Medicina de Salvador. O ano era 1871. Enquanto se prepara para a prova, trabalha como amanuense no Hospital Militar de Recife. Foi só quando foi se matricular na faculdade, já na Bahia, que descobriu que não era cearense de nascença, mas sim baiano. Isso porque em sua certidão de nascimento não constava local de nascimento. Ao ouvir o nome de Marcos José enquanto Rodolfo preenchia seu cadastro de filiação, um antigo professor da instituição se surpreendeu e lhe deu as boas vindas, contando finalmente a história de seu nascimento. Apesar disso, posteriormente, em seu livro de memórias posterior, Rodolfo Teófilo escreveu ‘’Sou cearense porque quero’’.
Foi na faculdade que teve contato com as teorias positivistas, as quais viam a miscigenação do povo brasileiro como a principal causa de nossos problemas sociais e de saúde pública, ou seja, das epidemias e casos de demência à criminalidade.
Formado farmacêutico, retorna ao Ceará em 1877. Primeiramente se instala em uma das principais ruas de Pacatuba, mas logo se muda para Fortaleza, abrindo uma farmácia na Rua da Palma, hoje Major Facundo, nº 80 com o apoio de Henrique da Justa.
Ele ganha destaque na turma, e aos treze anos começa a dar aulas no colégio em troca de uma bolsa de estudos. Nesse período foi colega de Capistrano de Abreu, do qual se aproximou bastante, além de ter sido contemporâneo de Domingos Olímpio, Paula Ney e Rocha Lima.
Aos quinze anos, entretanto, sobrecarregado por ter que ensinar e estudar ao mesmo tempo, seu rendimento cai e acaba sendo reprovado no exame para a última série. O tio cansa de lhe sustentar e força-lhe a interromper os estudos para ir trabalhar no estabelecimento comercial de José Francisco da Silva Albano, futuro Barão de Aratanha.
Rodolfo trabalhava o dia todo, e durante o primeiro ano não recebeu salário algum, apenas um lugar para comer e para dormir. Nessa época de apaixonou pela filha do presidente da província, informação novamente tirada de um de seus romances, O Caixeiro, o qual também se acredita autobiográfico. O romance nunca chegou a se concretizar.
Enquanto isso ele começou a estudar no período da noite com o Dr. Arcelino Queiroz, um dos donos do Colégio Praxedes & Queiroz, se preparando com sacrifício para prestar exames para alguma Universidade.
No ano de 1869, cai enfermo e volta a morar com a família. Se recupera Recupera-se em Pacatuba, na casa de um amigo da família que futuramente ainda lhe ajudaria muito, o Dr. Henrique Gonçalves da Justa. Ao voltar para o trabalho de caixeiro, começa a produzir, sozinho, nos fundos da loja, um tipo de tinta para marcar sacas de algodão. O produto faz sucesso, desbancando o único concorrente da cidade, e Rodolfo consegue juntar alguns trocados.
Com esse dinheiro e mais uma subvenção de quinhentos mil reis anuais, conseguida com a Assembléia Provincial através do amigo Henrique da Justa, foi para Recife prestar o exame de línguas para adentrar o curso de Farmácia na Faculdade de Medicina de Salvador. O ano era 1871. Enquanto se prepara para a prova, trabalha como amanuense no Hospital Militar de Recife. Foi só quando foi se matricular na faculdade, já na Bahia, que descobriu que não era cearense de nascença, mas sim baiano. Isso porque em sua certidão de nascimento não constava local de nascimento. Ao ouvir o nome de Marcos José enquanto Rodolfo preenchia seu cadastro de filiação, um antigo professor da instituição se surpreendeu e lhe deu as boas vindas, contando finalmente a história de seu nascimento. Apesar disso, posteriormente, em seu livro de memórias posterior, Rodolfo Teófilo escreveu ‘’Sou cearense porque quero’’.
Foi na faculdade que teve contato com as teorias positivistas, as quais viam a miscigenação do povo brasileiro como a principal causa de nossos problemas sociais e de saúde pública, ou seja, das epidemias e casos de demência à criminalidade.
Formado farmacêutico, retorna ao Ceará em 1877. Primeiramente se instala em uma das principais ruas de Pacatuba, mas logo se muda para Fortaleza, abrindo uma farmácia na Rua da Palma, hoje Major Facundo, nº 80 com o apoio de Henrique da Justa.
Nessa época, por causa de uma grande seca, a cidade começa a se apinhar de retirantes. Conta-se que dos 130 mil habitantes à época, 110 mil eram retirantes. Abrigados parcamente em barracos e galpões, tem-se as condições insalubres necessárias para a proliferação dos mais variados tipos de doença.
Contratado pelo governo para fornecer medicamentos para mais essa peste, Rodolfo Teófilo percorria pessoalmente os alojamentos dos retirantes para medicar os sertanejos. Quando às doenças que já existiam se somou a varíola, porém, o caos foi completo. A população mais humilde não confiava na vacinação, acreditavam que se tratava de ‘’coisa do cão’’. Apesar de tudo, tinham até certa razão na desconfiança, porque a vacina, trazida do Rio de Janeiro, constantemente causava graves efeitos colaterais, como úlceras de caráter silfílico e tumores.
Em outubro de 1878 foram registrados 5 mil casos de varíola na cidade, com 590 óbitos. Em novembro, o número chegou a 40 mil, com 9.721 mortos segundo a contagem oficial. O dia 10 de dezembro foi o mais dramático de toda a peste, com o registro de 1004 cadáveres terem chegado ao Cemitério da Lagoa Funda, episódio conhecido como ‘’noite dos mil mortos’’. De setembro a dezembro foram registradas no mesmo cemitério a chegada de 24.889 mortos.
Obras
Sua experiência com a seca, fome e sendo sanitarista, Rodolfo Teófilo expõe em suas obras literárias e muitas vezes não foi compreendido pelo que pôs em seus escritos, sendo descritivo demais nas mazelas que a população estava sofrendo. Contudo, vale salientar que era uma característica da época, escola do Naturalismo, entrar em mínimos detalhes naturais e patológicos, como também a influência que o autor teve de sua formação acadêmica.
1878 - Compêndio de Botânica Elementar, Rio de Janeiro;
1884 - História da Sêca no Ceará, 1877-1880, Fortaleza;
1890 - A Fome4, romance, Pôrto;
1888 - Monografia da Mucunã, Fortaleza;
1889 - Ciências Naturais em Contos, Fortaleza;
(?) Campesinas, poesias, Fortaleza;
1895 - Os Brilhantes, romance, Fortaleza, dois volumes;
1897 - Maria Ritta, romance, Fortaleza;
1899 - Paroara, romance, Ed. Louis C. cholowieçki, Fortaleza;
1898 - Botânica Elementar (Com Garcia Redondo), São Paulo;
1899 - Violação, novela;
1905 e 1910 - Varíola e Vacinação no Ceará, compêndio;
1905 - Violência;
1910 - O Cunduru, coletânea;
1912 - Memórias de um engrossador, Lisboa;
1913 - Telesias, versos;
1913 - Lyra Rústica, versos;
1914 - Libertação do Ceará;
1922 - O Reino de Kiato, romance, São Paulo, Monteiro Lobato & Co;
1922 - A Sedição de Juazeiro;
1922 - Sêca de 1915;
1922 - Sêca de 1919;
1924 - Os Meus Zoilos, artigos;
1927 - O Caixeiro;
1931 - Coberta de Tacos, artigos
Fatos Históricos
13 de março de 1925 - O escritor Rodolfo Teófilo no artigo ‘A carestia da vida’, publicado no ‘Correio do Ceará’, profliga a Criminosa exportação de gêneros alimentícios.
19 de outubro de 1931 - Iniciando uma Semana Antí-Alcoólica, o vespertino ‘Correio do Ceará’ anuncia que vai publicar, da próxima edição em diante, uma série de artigos do escritor Rodolfo Teófilo.
21 de julho de 1932 - Falece, aos 76 anos e em Fortaleza, D. Flora Teófilo, irmã do escritor Rodolfo Teófilo, falecido no dia 2 do corrente.
06 de maio de 1953 - As entidades culturais do Estado comemoram a passagem do 1.° centenário do nascimento do escritor Rodolfo Teófilo, destacando-se entre as solenidades realizadas a sessão magna na Casa de Juvenal Galeno.
¹Em 1928 a revista Fanfarra exibia uma caricatura de Teófilo perfilado junto a várias de suas obras e uma garrafa de cajuína, acompanhada da seguinte legenda: “Mestre Rodolfo afamado e valente publicista que hoje faz o apostolado da campanha anti-alcoolista. Se lhe permitisse o fado seu Rodolfo intemerato transformaria esse estado no feliz Reino de Kiato”.
²Por causa disso, foi perseguido durante o governo de Antônio Pinto Nogueira Accioli, do qual era opositor, acusado de desmoralizar a autoridade que estava totalmente alheia ao sofrimento do povo cearense. Rodolfo Teófilo foi humilhado nos jornais e demitido do Liceu do Ceará.
Nos anos seguintes à sua demissão do Liceu (1905), Rodolfo Teófilo teve uma queda nos rendimentos e provavelmente passou por algum tipo de privação financeira, afinal continuava às suas próprias expensas as atividades de produção da vacina. Tal situação teria feito que ele voltasse a investir com mais afinco em suas atividades de industrial.
Entre os anos de 1905 e 1910 ele aumentaria consideravelmente a quantidade de reclames comerciais envolvendo seus produtos, anunciando-os nas páginas do Jornal do Ceará, onde divulgava também seus livros. O periódico anunciava vários de seus preparos farmacêuticos como “xarope anti-reumático”, “peitoral de angico”, “vinho de jurubeba”, “nervino Teófilo”, o “elixir de Santo Inácio”, além da famosa criação, a “cajuína”.
Entre os anos de 1905 e 1910 ele aumentaria consideravelmente a quantidade de reclames comerciais envolvendo seus produtos, anunciando-os nas páginas do Jornal do Ceará, onde divulgava também seus livros. O periódico anunciava vários de seus preparos farmacêuticos como “xarope anti-reumático”, “peitoral de angico”, “vinho de jurubeba”, “nervino Teófilo”, o “elixir de Santo Inácio”, além da famosa criação, a “cajuína”.
Tomou parte dos movimentos literários do Ceará, tendo pertencido, desde 1894, à Padaria Espiritual, entidade de fins literários e artísticos que se fundara em Fortaleza, dois anos antes, com o nome de "padeiro" Marcos Serrano.
Rodolfo no centro da foto
Foi membro fundador da Academia Cearense de Letras. É considerado um dos principais expoentes da literatura regional-naturalista do Brasil e um dos maiores nomes da literatura do Ceará. Em sua homenagem, o Centro Acadêmico de Farmácia da Universidade Federal do Ceará tem o seu nome.
³D. Raimunda Cabral Teófilo, esposa do escritor Rodolfo Teófilo, faleceu no dia 24 de dezembro de 1928.
4Seu romance de estréia e o primeiro romance cearense publicado em forma de livro, pois até então os romances eram publicados através de folhetins. Era uma história sobre uma das piores secas da história do Ceará (1877-1879), descrevendo a fome e a sede que os retirantes passavam, a morte das pessoas e também a exploração delas pelos aproveitadores da seca. A Fome foi um livro essencialmente de protesto contra a seca, a fome e o descaso das autoridades. Perseverante em tudo que começava, foi um abnegado lutador e não desistia das coisas e também não era de se calar diante das injustiças e dos descasos das autoridades públicas do Ceará. Por isso, em muitas vezes, não foi bem visto por alguns poderosos e sofreu injustas perseguições, principalmente por parte da Oligarquia dos Acioly.
Rodolfo Teófilo também virou nome de bairro em Fortaleza:
Fonte: Seara Wiki, Wikipédia, Batalhas da Memória: A escrita militante de Rodolfo Teófilo de Isac Ferreira do Vale Neto, http://www.dec.ufcg.edu.br e Portal da história do Ceará
Muito obrigada! :)
ResponderExcluirAbraços
os livros que estes grandes membros da padaria espiritual ainda existe ou não
ResponderExcluirVc pode encontrar alguns em sebos, Davi.
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